Os segurados estão tendo dificuldades de atendimento nos postos do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) por causa da greve que dura quase 50 dias. Por
lei, os servidores são obrigados a garantir 30% do atendimento durante a
paralisação.
A operária Ione Coalgadino, 62 anos, procurou uma agência na
manhã desta quinta-feira, em Brasília, para dar continuidade ao processo de
aposentadoria, mas descobriu que precisa chegar mais cedo para garantir uma
senha. "Para voltar amanhã mais cedo do que esse horário vai ser ruim para mim
por causa do frio. Eu estou com fibrose pulmonar e sou cardíaca", afirmou ela.
No Distrito Federal, o acordo era que seis postos prestassem atendimento
à população, mas apenas um abriu as portas. O funcionário da agência de Brasília
Sérgio Santos informou que a meta era atender 150 pessoas por dia. "Infelizmente
estamos com mais de 500 pessoas dentro da agência para 12 servidores atender",
disse. Os demais segurados foram orientados a procurar o posto
amanhã.
Segundo Santos, a falta de atendimento nas outras cinco agências
provocou o tumulto. "Temos conhecimento pelos próprios segurados de que o
sindicato está indo até as outras APS (Agência da Previdência Social) e
colocando esse pessoal dentro de ônibus e encaminhando para cá",
afirmou.
Para conseguir fazer uma perícia médica, o motorista Sandoval
Cassimiro Garcia teve que dormir na fila. "Tem que chegar igual eu cheguei, dez
e meia da noite e dormir aqui", contou Garcia. De acordo com Sérgio Santos,
apenas os serviços de perícia médica e requerimento de auxílio doença estão
funcionando.
Os servidores reivindicam a nivelação da gratificação de
desempenho, o que representa um reajuste médio de 17%, a partir de 2006, para
todos os servidores na ativa e aposentados. A proposta do governo é que os
reajustes variem de 9% a 16%, com a gratificação vinculada ao desempenho do
servidor e à produtividade.