Greve afeta transferências e atinge prisão de Marcola

A greve dos agentes de segurança penitenciária do Estado de São Paulo, que, segundo o sindicato da categoria, já chegou a 49 presídios, afetou principalmente a remoção e transferência de presos. Um comboio que chegou ao meio-dia com 20 detentos na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, no oeste paulista, não pôde desembarcá-los. Os agentes forneceram refeição aos presos, que tinham saído de madrugada de uma unidade de Osasco, mas se negaram a fazer o recebimento e o transporte para o setor de inclusão. "Avisamos que não haveria entrada nem saída de bondes" disse o diretor do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado (Sifuspesp), Luis Antonio Ribeiro dos Santos.

Transferências previstas nos presídios de Junqueirópolis e Dracena foram suspensas. A greve parou o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) na P2 de Presidente Bernardes, onde está recolhido o principal líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) Marcos William Herbas Camacho, o Marcola. Segundo o sindicato, apenas 30% dos agentes continuaram trabalhando, em regime de revezamento, para garantir condições mínimas de segurança nas unidades e atender as solicitações de alimentação e saúde.

Os agentes reivindicam o Adicional Operacional Penitenciário (AOP), que equivale a uma gratificação permanente de R$ 400 mensais, e melhores condições de trabalho, além de aumento no pessoal. Segundo o sindicato, o sistema possui cerca de 30 mil funcionários e precisaria de mais 31 mil para funcionar em condições adequadas. O sindicato quer ainda a liberação de porte de arma para os agentes e punição para os líderes de rebeliões com reféns. A greve continua pelo menos até as 19h30 de amanhã, quando uma assembléia vai decidir se a categoria aceita a negociação proposta pelo governo estadual.

Reincidência

Mais da metade dos presos que deixam o sistema penitenciário depois de cumprir a pena acabam voltando para a prisão, segundo pesquisa da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). O alto índice de reincidência, de 58%, é uma das causas do aumento na população carcerária que elevou em 150% a população dos presídios paulistas em 11 anos. De 55.021 em 1994, o número de presos subiu para 141.314 este ano, conforme os números do início de maio.

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