Grêmio tem contra Defensor o maior desafio no Olímpico

O Grêmio recebe nesta quarta o Defensor, às 19h15, no Olímpico, com a obrigação de ganhar por três gols de diferença para se classificar para as semifinais da Libertadores. Uma vitória por 2 a 0, igual ao placar favorável aos uruguaios no primeiro jogo, leva a decisão para os pênaltis.

Trata-se do maior desafio do ano para um time que já exibiu grande capacidade de recuperação em jogos decisivos em seu estádio. No Gaúcho, venceu o Caxias pelos 4 a 0 de que necessitava para ir à final, depois de perder por 3 a 0 fora de casa. Na Libertadores, bateu o Cerro Porteño por 1 a 0 no último jogo da fase de grupos, em que só a vitória interessava; e derrotou o São Paulo por 2 a 0 para chegar às quartas-de-final, depois de perder de 1 a 0 no Morumbi.

O técnico Mano Menezes admite que a dificuldade é maior que as anteriores, tanto pela necessidade de marcar três gols quanto pela pressão que o grupo sente para se superar numa fase ainda mais decisiva. O treinador não falou, mas os gremistas estão convictos de que o adversário também será diferente, com um time fechado e mais disposto a recorrer à catimba do que Caxias, Cerro e São Paulo.

Para Mano, contudo, o quadro pode mudar se o Grêmio conseguir marcar pelo menos um gol no início do jogo. "Isso amenizaria a situação", disse o técnico. Sem os volantes Edmílson e Lucas, contundidos, o treinador já escalou Gavilan e Sandro Goiano. O meio-campo será completado por Tcheco e Carlos Eduardo, que pode assumir a função de um terceiro atacante, ao lado de Amoroso e Tuta, durante o jogo. A única dúvida é o goleiro Saja, que ainda sente dores no ombro. Se ele não puder jogar, será substituído por Marcelo Grohe.

Ao estilo uruguaio, o Defensor está preparado para truncar o jogo e deixar o tempo passar para manter a vantagem de 2 a 0 que estabeleceu no primeiro jogo contra o Grêmio, em Montevidéu. O técnico Jorge Da Silva não renunciou à idéia de ganhar ou de, pelo menos, marcar gols para levar o Grêmio ao desespero – se o Defensor marcar, o time gaúcho terá de vencer por três gols de vantagem. Para isso, vai trocar o atacante Morales por Fernández mais veloz e capaz de acelerar o contra-ataque. O volante González, expulso no primeiro jogo, está suspenso e será substituído por Amado.

Nas entrevistas que deram em Porto Alegre, os jogadores uruguaios foram contraditórios. O volante Fadeuille admitiu que a estratégia do time será se defender, e revelou planos ambiciosos: "Somos pequenos e sem torcida, mas queremos fazer história". Outro volante, Ariosa, disse que o time vai tirar os espaços do Grêmio e atacar com o objetivo de marcar um gol e ficar mais tranqüilo.

O time uruguaio se hospedou no hotel Blue Tree Milenium, o mesmo que o Internacional usa para suas concentrações, e não treinou no Olímpico – no início da noite desta terça-feira, os jogadores caminharam no gramado do estádio Olímpico, mas, por causa da chuva, foram treinar no centro esportivo da PUC.

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