Greenpeace protesta contra o programa nuclear brasileiro

Dez ativistas da organização não-governamental Greenpeace foram presos na manhã desta terça-feira depois de terem soldado as portas da sede das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Botafogo, no Rio de Janeiro. Seguranças que estavam na empresa ficaram trancados no prédio. Os ativistas também acorrentaram-se em frente à entrada principal da INB e só deixaram o local depois de serem libertados pelos bombeiros. Os ativistas passaram o dia na delegacia e seriam liberados no início da noite de hoje, após pagaram uma fiança de R$ 1.200 cada um.

Os integrantes do Greenpeace protestavam contra o programa nuclear brasileiro e pediram em faixas e folhetos o “basta da aventura nuclear”. “Depois das declarações desastrosas do Ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, anunciando que o governo Lula investirá bilhões de dólares na construção de cinco usinas atômicas, na continuidade do projeto de enriquecimento de urânio e na fabricação de submarinos nucleares decidimos fazer algo”, disse, em nota, o coordenador da campanha de Energia do Greenpeace, Sérgio Dealetachi.

Na semana passada, três agentes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estiveram no Rio para avaliar a proposta brasileira de inspeção da fábrica de enriquecimento de urânio, em Resende, no sul fluminense. A INB e a Comissão Nacional de Energia Nuclear esperam uma resposta de Viena até sexta-feira.

Os ativistas do Greenpeace chegaram à sede da INB às 5h30. “Eles soldaram vigas de ferro de três metros de altura em frente à entrada principal da empresa, selaram as portas com uma cola superpotente, impedindo-as de correr e cobriram a passagem com uma nova porta, com a inscrição ‘aqui jaz INB'”, informou a delegada Aldenise Novaes. O grupo foi autuado por dano qualificado ao patrimônio público, cuja pena é de 1 a 3 anos de detenção. Às sete horas, bombeiros liberaram a passagem e os ativistas foram detidos. O horário de entrada dos funcionários é às 8h30.

A delegada informou que a empresa pretende entrar com ação cível contra o Greenpeace, cobrando o ressarcimento dos prejuízos. A INB não se pronunciou sobre a manifestação. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, chamou de ‘bobos’ os ambientalistas. “Que coisa ridícula, os bobos que se acorrentaram à porta das Indústrias Nucleares Brasileiras”, comentou durante discurso de abertura de um seminário na sede do BNDES.

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