Partindo da Boca Maldita, no centro, os integrantes da organização percorreram a Rua XV de Novembro entregando às pessoas o Guia do Consumidor, um livreto contendo o nome de empresas que não utilizam e suspeitas de utilizarem transgênicos na fabricação de seus alimentos.
Segundo o engenheiro agrônomo do Greenpeace Ventura Barbeiro, a ação foi idealizada depois que o governo federal editou, na semana passada, medida provisória autorizando por mais um ano o plantio de soja transgênica no Brasil. Podem continuar cultivando o produto agricultores que tenham sementes transgênicas guardadas desde o ano passado.
“A população deve saber que, com esta medida provisória, com certeza vai haver contaminação de diversos alimentos com produtos transgênicos. Para que uma empresa possa garantir que não utiliza transgênicos, deve acompanhar a produção de seu alimento do campo até o processo de industrialização”, diz Ventura. “O teste de transgenia em folhas e sementes custa entre R$ 15,00 e R$ 20,00 e é considerado bastante preciso. Já o teste em alimentos é bem mais caro, cerca de R$ 900,00, e possui considerável margem de imprecisão.”
No País, de acordo com o engenheiro, também não está sendo seguido o decreto de rotulagem, que estabelece que todo alimento que contenha produto transgênico ou carne de animais alimentados com transgênicos receba rotulagem específica. “Ainda não existem estudos que comprovem que os produtos transgênicos não gerem impacto ambiental e prejuízos à saúde dos consumidores. Por isso, as pessoas têm o direito de saber o que estão consumindo e se querem ou não continuar comprando determinado produto”, afirma.