Greenpeace/Jeremy Sutton-Hibbert
Greenpeace quer alertar agricultores
sobre os riscos da contaminação.

O Greenpeace lança hoje, em Curitiba, um dossiê sobre a contaminação transgênica de lavouras de soja orgânicas ou convencionais, contendo documentos inéditos a respeito do assunto e o vídeo “Transgênicos – vítimas da contaminação”. Os textos e o vídeo tratam de assuntos como polinização cruzada, mistura de sementes transgênicas com convencionais no maquinário agrícola ou silos e do pagamento de royalties.

O objetivo do lançamento do dossiê será alertar os agricultores do Paraná sobre os riscos da contaminação transgênica, e suas graves conseqüências. A exibição do vídeo será no Parque Barigüi, onde está sendo realizada a 5.ª Feira de Sabores do Paraná, e contará com a participação de uma vítima da contaminação por soja transgênica ? a pequena agricultora Ângela Marlene Tavares Azevedo, do Rio Grande do Sul.

Entre os dias 20 e 24 de junho de 2004 foi realizado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha um encontro na cidade de Stuttgart. No evento, os alemães mostraram-se bastante interessados em criar um sistema de importação de soja não transgênica, já que 80% dos produtos consumidos na Alemanha contêm soja.

Segundo o Greenpeace, a Alemanha pensa em adotar um sistema de rotulagem para produtos com soja convencional que envolva toda a União Européia. Caso contrário, os alemães podem criar um sistema de cotas, o que os deixaria independentes dentro da União Européia. Outra reivindicação é a criação de uma área livre de soja transgênica, além de um porto livre de transgênicos. O fornecedor que cultivasse a soja pura seria compensado.

Denúncia

O secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Mário Mugnaini, ofereceu à Alemanha a possibilidade de o Estado de Mato Grosso ser considerado área livre de transgênicos. Mugnaini também sugeriu que os portos de Itacoatiara (AM), Santarém (PA) e Vitória (ES) sejam passíveis de exclusividade para a saída da soja convencional.

No entanto, o Greenpeace alega que usar os portos do Amazonas e Pará para escoar soja “significa transformar a Floresta Amazônica em poeira”.

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