Greenpeace denuncia escândalos envolvendo a comercialização de transgênicos

Por
quatro anos a empresa suíça Syngenta comercializou nos Estados Unidos e no
Canadá uma variedade de milho transgênico sem a liberação das autoridades
competentes. Trata-se do milho Bt 10 que foi comercializado acidentalmente como
sendo da variedade Bt11, essa sim aprovada. ?As autoridades de um país que é
usado como referência em biotecnologia não conseguiram garantir segurança para o
meio ambiente e para o consumidor?, lamentou o engenheiro
agrônomo.

Segundo ele, a variedade do milho que foi irregularmente
comercializado possui genes de resistência a antibióticos, que podem ser
transferidos para microorganismos e se espalharem pelo meio ambiente. Dessa
forma, os microorganismos que naturalmente estão presentes no intestino e no
meio ambiente podem incorporar o gene de resistência e gerar uma doença de
difícil controle.

Ventura ressalta que, além de cometer o erro, a
empresa abafou o caso e não alertou os consumidores do risco do consumo do milho
Bt 10. O caso fez com que os países da União Européia interrompessem a
importação de milho dos Estados Unidos e do Canadá porque não há ainda testes
para certificar a qualidade do milho vendido.

China

O outro caso que
Ventura citou aconteceu na província chinesa de Hubei. Segundo o engenheiro
agrônomo, o governo distribui sementes de arroz transgênico para produtores
fazerem experimentos, mas não os alertou para que não comercializassem as
sementes e o arroz colhido. ?O Greenpeace chinês recolheu amostras desse arroz,
que já estava sendo comercializado em feiras livres, e mandou para um
laboratório alemão que certificou a presença de transgenia?, contou Ventura.

Após os testes, o governo chinês confessou que se tratava de um
experimento, que fugiu do controle das autoridades, que não esperavam que o
arroz fosse comercializado. ?Isso contaminou as exportações e o pior: esse arroz
chegou na mesa dos consumidores sem nenhuma avaliação prévia e já está causando
fortes alergias em pessoas que comeram o produto?, afirmou Ventura.

Compra

Outro dado trazido por Ventura é que a Bunge, multinacional que
tem uma unidade de trabalho em Esteio, no Rio Grande do Sul, passará a comprar
soja paranaense. A empresa, que só trabalha com soja convencional, ficou sem
fornecedores depois da estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul. ?Com a quebra
da safra gaúcha, a empresa se viu obrigada a comprar a soja do Paraná porque
precisa da garantia de trabalhar com produto puro?, finalizou Ventura.

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