Rio – O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) defendeu hoje (23) melhores condições nos presídios como forma de afastar os presos de organizações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Para ele, ao construir mais presídios com infra-estrutura precária e sem atividades socioeducativas, o governo corre o risco de tornar os detentos vulneráveis à ação dos grupos criminosos.
"São eles que controlam os presídios, mas existe preso condenado que está no presídio e não quer participar disso, quer voltar para a sua família e para a sociedade, tentar não se profissionalizar no crime. Tem que separar o joio do trigo", sugeriu Greenhalgh, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Radiobrás.
"É preciso dar condições mais rigorosas para quem já está organizado e, mesmo dentro da cadeia continua no crime, e, por outro lado, dar condição de recuperação às pessoas que lutam contra fazer do crime a sua profissão."
Para o parlamentar, o combate ao crime organizado também exige da polícia um centro de inteligência muito forte. Na opinião de Greenhalgh, o PCC demonstrou uma capacidade de operação, com logística e direção centralizada.
"Eles têm vários negócios que passam com drogas e usam a ameaça e a coação para impor os seus métodos", avaliou o deputado, que defende a especialização de delegados e dos setores da polícia para combater o crime organizado.
"Esse profissionais não podem fazer acordos, estabelecer diálogo e nem estratégias de conivência com os criminosos. Vimos um fim de semana de cão em São Paulo na semana passada, que pode se repetir se não forem tomadas medidas urgentes."
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, é necessário ainda estruturar uma força-tarefa para verificar o andamento de processos no Poder Judiciário. "Onde está a Vara de Execuções Criminais que não dá a progressão de pena para os presos de bom comportamento? Onde estão os promotores e o Poder Judiciário que não solta as pessoas que já cumpriram as suas penas e continuam presas?", questionou Greenhalgh.