Graziano diz que a meta não é só combater a fome

O ministro da Segurança Alimentar, José Graziano, procurou hoje rebater as críticas ao projeto Fome Zero dizendo que o programa mais ousado do início do governo não é só de combate à fome, mas de criação de um sistema de segurança alimentar.

Segundo ele, nos quatro anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva o Fome Zero deverá ter criado na sociedade defesas contra a fome, alfabetizado milhões e garantido emprego para um grande número de desempregados.

De acordo com o ministro, não há no programa do cartão-alimentação, que será lançado a partir do dia 3, em Acauã e Guaribas, no semi-árido do Piauí, uma lista de restrição à compra de alimentos. “Só é proibida a compra de cigarros, bebidas e refrigerantes, porque não têm valor nutritivo.” Graziano disse ainda que não mais exigirá nota fiscal para comprovar os gastos com alimentos.

Cadernetas

“Nos baseamos no programa renda-cidadã, do governo de Goiás, que exige a nota fiscal. Mas, depois de conversas com os idealizadores do programa em Goiás, com técnicos da FAO (o fundo das Nações Unidas para a segurança alimentar) e com os piauenses, verificamos que não havia como pedir tal documento. Por isso, segundo Graziano, até mesmo as cadernetas dos armazéns servirão de prova dos gastos.”

“As mães da comunidade de Acauã e de Guaribas já fizeram uma lista dos locais que devem ser boicotados, por venderem mais caro ou por adulterarem cadernetas”, contou ele. “Elas identificaram também pessoas que não deveriam ser cadastradas, ou porque eram de outros municípios, ou eram parentes dos cadastradores. Nós vamos tirá-las da lista”, afirmou Graziano.

Graziano disse que num primeiro momento haverá o aumento da verba federal para os programas de merenda da pré-escola e das creches municipais. A partir do dia 3, o cartão-alimentação, que atenderá primeiramente 716 famílias de Acauã e Guaribas, com possibilidade de chegar a mais de mil pessoas em menos de seis meses.

Ao mesmo tempo, segundo Graziano, o projeto do cartão-alimentação espera, no período de meio ano, ter dado aos seus beneficiários condições de bancar a sua própria alimentação. Por isso, segundo ele, cartão-alimentação é um projeto completo, não-assistencialista. A partir de março, deverá ser criada uma rede de restaurantes populares por todo o País, além da instalação de bancos de alimentação, disse Graziano.

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