Um grave acidente envolvendo uma viatura da Polícia Militar vitimou quatro mulheres na tarde desta terça-feira (31) na Linha Verde, em Curitiba, próximo ao viaduto da Avenida das Torres. Fabiana Maria da Silva, 29, e Verginia Gouvea Enes, 67, morreram no local. A terceira vítima, Franciele Aparecida dos Santos de 33 anos, morreu à caminho do Hospital Cajuru, conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), enquanto a quarta vítima, identificada como Elizandra Maltezo Araujo Lustosa, morreu após atendimento no Hospital do Trabalhador, segundo um diretor do IML. Os dois policiais militares que estavam na viatura tiveram ferimentos moderados e passam bem, conforme o comandante do 20º batalhão, Mário Henrique do Carmo.
A viatura seguia pela canaleta sentido Norte quando um morador de rua tentou atravessar a via de repente. Ao desviar do homem, o motorista perdeu o controle do carro e invadiu a pista contrária, onde atingiu um ponto de ônibus onde estavam as quatro vítimas, e bateu em um veículo Citroen e um Etios, segundo a polícia e testemunhas. Apenas uma mulher que estava no local não foi atingida. Por conta da gravidade do acidente, duas vítimas foram socorridas de helicóptero.
Em entrevista à imprensa, o comandante Carmo disse que a viatura estava com o giroflex ligado e que a equipe seguia para uma ocorrência quando se envolveu no acidente. “O que eu posso dizer é que a viatura estava com as luzes ligadas e sirene também. Segundo informações já levantadas por testemunhas, a viatura estava andando na velocidade compatível com a via. Os policiais estão fisicamente bem, mas lógico que o psicológico deles está abalado. Ninguém faz isso porque quer. Este é o caso de delito de trânsito e será investigado. Eu acredito que neste caso não houve excesso de velocidade”, explicou.
A PM ainda lamentou o acidente e disse acreditar que foi uma fatalidade.
Uma câmera de videomonitoramento da Prefeitura de Curitiba, que poderia auxiliar na investigação, localizada exatamente na esquina da Linha Verde com o viaduto da Avenida das Torres, a princípio, está inoperante, conforme a PRF.
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O policial rodoviário federal Maximiliano Silva, um dos agentes que estava trabalhando em operação próxima ao local do acidente, também afirmou que a viatura estava andando de maneira correta na via. “A viatura estava com o sistema da iluminação inteligente ligado e sirene também. Nós constatamos isso porque estávamos no entorno da superintendência da Polícia Rodoviária Federal e nós ouvimos a sirene e o barulho da colisão”, contou.
Testemunhas do acidente
A Tribuna conversou no local com três testemunhas do acidente e uma delas disse que a viatura andava na velocidade compatível. “Eu seguia pela via quando a viatura seguia pela canaleta e perdeu o controle ao desviar do homem. Ele não conseguiu desviar do ponto de ônibus e ai atropelou as pessoas. Eu desci do caminhão, dei sinal e sai pra tentar socorrer as vítimas. A viatura estava andando ‘normal’ e eu fiquei muito assustado. Não sei dizer sobre sirene, porque não ouvi”, contou o motorista de caminhão Valdinei Ferreira, de 45 anos.
Outra testemunha, que preferiu não se identificar, em choque, relatou o horror do momento que presenciou. “Quando desci do carro vi uma senhora morta, pessoas com a perna estraçalhada, outras pessoas em situação feia. A viatura não estava com o giroflex ligado”, contou a testemunha ocular.
O homem relatou também que o motorista da viatura, que acabou provocando o acidente, estava muito nervoso. “Conversei com o soldado Norberto, que estava dirigindo, e ele disse que tentou desviar de um pedestre. Ele estava bem abalado”, comentou, afirmando ainda que o giroflex e a sirene estavam desligados no momento da colisão.
Velório e sepultamento
Como todas as vítimas já foram identificadas pelas famílias, os velórios ocorrem na manhã desta quarta-feeira (1ª). O velório de Fabiana Maria da Silva ocorre no Cemitério Jardim Vale da Paz, em Diadema, São Paulo. O velório de Vergínia Gouveia Enes e Elizandra Malteo Araújo Lustosa acontecem na Capela Comunitária Monteiro Lobato, no Tatuquara, e o sepultamento será no Cemitério Campina Grande do Sul, ainda sem horário definido.
O velório de Franciele Aparecida Pereira dos Santos, que morreu no Hospital Cajuru, será na Capela Mortuária Paroquial do Orleans e o sepultamento no Cemitério Paroquial Colônia Orleans.
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