Estudo divulgado hoje (27) pela Serasa apontou que, apesar da valorização do real frente ao dólar, as grandes indústrias do País mantiveram a lucratividade alta em 2005. De acordo com a empresa de análise de crédito, a rentabilidade das vendas das indústrias deste porte atingiu 10 8%, o que representou o terceiro ano consecutivo com resultado positivo acima de 10%. O levantamento foi elaborado a partir dos demonstrativos contábeis de cerca de 10 mil indústrias de grande médio e pequeno portes, tanto de capital aberto como fechado

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Na avaliação da Serasa, a valorização do real ante o dólar afetou negativamente o faturamento dos segmentos exportadores. Por outro lado, esse efeito negativo foi atenuado pela valorização de algumas commodities no mercado internacional notadamente produtos siderúrgicos, celulose, açúcar e álcool, além do benefício que as empresas com dívidas atreladas ao dólar tiveram, pois os débitos ficaram menores em reais, com reflexos positivos no resultado financeiro

"Se desconsiderarmos tais efeitos, constata-se que a margem líquida recua de 10,8% para 7,4% em 2005", ressaltaram os técnicos da companhia. "O endividamento das indústrias em geral apresentou redução. Isso se explica porque as empresas com dívidas atreladas ao dólar optaram por antecipar pagamentos e quitar as dívidas, beneficiando-se da apreciação cambial do real frente à moeda norte-americana, visto que necessitam de menos reais para o pagamento das dívidas em dólar.

Os segmentos de melhor desempenho no estudo foram os de siderurgia e de papel e celulose, cujas margens líquidas foram superiores à média da indústria em geral. A siderurgia atingiu lucro equivalente a 31,9% das receitas em setembro de 2005 e o segmento de papel e celulose, 23,8%. Como contraponto, o setor petroquímico apresentou rentabilidade de 8,3% neste período

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A Serasa destacou que as pequenas e médias indústrias também apresentaram crescimento nos lucros, que passaram a representar cerca de três vezes os resultados obtidos entre 2000 e 2002, aumentando de 3% em 2003 para 4,6% em 2004. Em 2005, em virtude da falta de espaço para repassar a elevação dos custos aos preços finais dos produtos, a rentabilidade foi equivalente a 3,5% das vendas