Os líderes da Grande Aliança (PSDB-PMDB) começaram a discutir hoje uma nova estrutura e logística para a campanha do candidato a presidente José Serra (PSDB) no segundo turno. Algumas providências serão definidas, imediatamente, tais como a criação de um comitê de viagens, cujo objetivo será o de colar Serra aos aliados que se elegeram com grandes votações nos Estados.
A idéia é promover uma transferência de votos dos eleitos e ajudar a eleger governadores, como o candidato Germano Rigotto (PMDB-RS), que passou para o segundo turno e enfrentará o candidato Tarso Genro (PT).
Os aliados de Serra pretendem também aumentar a participação do presidente Fernando Henrique Cardoso na campanha o qual, segundo a análise dos estrategistas do candidato da Grande Aliança a presidente, não transferiu para ele todo o potencial de votos.
O afastamento de Fernando Henrique no primeiro turno orientou-se por análises táticas, mas, agora, a participação dele nas articulações políticas de fundo é considerada fundamental.
A troca da coordenação política da campanha, anunciada hoje com a saída do deputado Pimenta da Veiga (PSDB-MG), tem a finalidade de criar uma nova dinâmica de ação política. É possível que os aliados de Serra centralizem a organização num nome, mas também é certo que ele estará no centro de um grupo de coordenadores que, provavelmente, terá entre os integrantes atores como os governadores eleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e reeleito de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Voltarão a atuar, agora mais soltos, os presidentes nacionais do PSDB, deputado José Aníbal (SP), e do PMDB, deputado Michel Temer (SP), que se reelegeu deputado com mais de 250 mil votos. O novo desenho da campanha será capaz, no entender dos aliados do candidato da Grande Aliança, de impulsioná-lo, na primeira semana de campanha, dos 23% de votos que obteve na eleição para algo em torno de 32%. Será o suficiente, diz uma fonte da campanha, para atrair novos aliados e outros que se afastaram ou atuaram pouco no primeiro turno.