Bruno Reis, assessor parlamentar do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), aparece nos grampos da Operação Octopus da Polícia Federal, que deu origem à Operação Navalha. Nas conversas, ele negocia com o ex-superintendente da PF na Bahia Joel de Almeida de Lima e o lobista Francisco Catelino, que foram acusados na Operação Navalha de ajudar o dono da Construtora Gautama, Zuleido Soares Veras, com informações privilegiadas, obtidas com grampos ilegais, e de vender privilégios dentro da PF.

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A Octopus investigava a atuação dos policiais federais em parceria com um esquema de empresários da Bahia para fraudar licitações em várias áreas. Catelino e Lima, que é delegado aposentado, aparecem em diversos grampos da Octopus, na pasta ?Eventos fase contra?. Isso porque a operação acabou frustrada, após o vazamento de informações de dentro da PF.

As conversas com o assessor de ACM e as menções a ele, todas de setembro de 2005, não são conclusivas, mas sugerem que pelo menos dois membros da máfia tinham contato com a família Magalhães. Versam sobre um cheque de R$ 10 mil que Catelino queria depositar por um suposto serviço prestado ao assessor de ACM Neto. Os diálogos não provam irregularidades, mas mostram que os investigados tentaram contato com ACM Neto.

Reis foi procurado no gabinete de ACM Neto, mas a assessoria informou que ele só falaria após conversar com o chefe. Em Brasília, o deputado disse não acreditar que Reis tenha cometido atos ilícitos. ?Até porque ele sabe que eu não seria complacente com isso.? ACM Neto contou que não conseguiu identificar o contexto das conversas grampeadas. Ele admitiu ter conhecido Catelino na Faculdade de Direito, na Bahia, mas afirmou ter ficado perplexo ao saber de seu envolvimento em irregularidades.

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