O ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, anunciou em Patrocínio, Minas Gerais, a instalação de portas detectoras de metal em todas as agências da Previdência Social. O objetivo é garantir a segurança dos servidores, especialmente dos peritos médicos, que têm sido vítimas de constantes agressões. O ministro conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assegurou a liberação dos recursos necessários.
Na terça, o perito médico José Rodrigues de Sousa foi baleado e faleceu em Patrocínio. Marinho viajou para a cidade mineira assim que soube do atentado. A morte de Sousa ocorreu pouco depois da chegada do ministro ao hospital. Além de se solidarizar com a tragédia vivida pela família do médico, ele se colocou à disposição para as providências que forem necessárias.
O ministro disse que o INSS já tinha a previsão de instalar detectores de metais, mas apenas nas agências onde o risco aos servidores é considerado grande. Entretanto, depois do episódio de ontem, o plano foi ampliado. Agora, a idéia é instalar detectores em todas as 1,4 mil agências.
Luiz Marinho informou que o Ministério da Previdência irá fazer uma campanha nacional de esclarecimento sobre as perícias médicas do INSS. O objetivo é informar a população sobre as condições para a concessão de benefícios por incapacidade, auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, responsáveis por 60% dos novos requerimentos de benefícios. Em muitos casos, os segurados procuram o INSS sem que tenham direito a receber o benefício, pois não têm tempo suficiente de contribuições previdenciárias ou não apresentam uma doença que os incapacite para o trabalho. Atualmente, os peritos do INSS realizam 34 mil perícias por dia.
O perito médico José Rodrigues de Sousa, de 61 anos, que trabalhava para o INSS há quase 30 anos, foi baleado pelo desempregado Manoel Rodrigues, ex-gari da Prefeitura de Patrocínio, de 60 anos. Insatisfeito por ter seu auxílio-doença negado, ele entrou na agência do Instituto Nacional do Seguro Social e atirou contra o médico. Ele foi preso em flagrante na própria agência.