O secretário da Agricultura em exercício Newton Pohl Ribas anunciou ontem (9) que o Governo do Estado já está orientando os agricultores que tiveram perdas em suas lavouras com a seca como fazer para receber o seguro agrícola coberto pelo Proagro Mais. O Programa do Governo Federal ampara pequenos e médios agricultores que tiveram perdas superiores a 30% da sua produção. Além da cobertura do valor do orçamento existe o amparo de um valor adicional que cobre até 65% do valor da renda líquida do pequeno produtor, limitada em R$ 1.800.

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O secretário lembrou que é muito importante que o agricultor inscrito no Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) conheça nesse momento seus direitos. Segundo ele, no Paraná existem 350 mil propriedades rurais, e deste total 86% pertencem a agricultores familiares com áreas de até 50 hectares. "Levando-se em conta que existem cerca de 110 mil contratos do Pronaf no Estado acreditamos que muitos agricultores já contabilizam prejuízos, por isso nossa recomendação para que procurem uma agência do Banco do Brasil para registrar o comunicado de perda nas lavouras", explicou o secretário.

Os comunicados devem ser encaminhados ao Banco do Brasil ou a outras instituições financeiras onde tenham sido feitos os financiamentos para que o banco determine a perícia técnica nas lavouras, que é realizada por empresas de assistência técnica credenciada A orientação nesse caso é para que o agricultor não colha a lavoura antes da visita e autorização da perícia.

A média de financiamento para custeio no Estado é de R$ 2.500, segundo o chefe do Departamento de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria, e secretário executivo do Pronaf no Paraná, Carlos Roberto Bittencourt.

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Na tentativa de amenizar os efeitos da seca, o governador Roberto Requião determinou na última terça-feira, dia 8, uma força tarefa para realizar obras emergenciais, como construções de pequenas barragens para captação de água, perfuração de poços e limpeza de córregos. O trabalho já iniciado está sendo feito em parceria pelas Secretarias da Agricultura e do Transportes, através do DER e Codapar, e pela Sudhersa, Superintendência de Recursos Hídricos.

Requião também enviou esta semana ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um ofício solicitando ações emergenciais do Governo Federal para socorrer os agricultores do Paraná.

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Prejuízos – As lavouras de soja são as mais prejudicadas com a seca. Levantamentos feitos pelo Deral (Departamento de Economia Rural) registram quebra de 16% na safra. "Algumas regiões, como oeste e sudoeste, sofreram mais os efeitos da estiagem, mas a média geral é essa", ressaltou o responsável pela Divisão de Conjuntura, engenheiro agrônomo, Luiz Roberto de Souza. "Dos 12,4 milhões de toneladas previstos, devemos colher cerca de 10,4 milhões de toneladas", informou.

A safra de milho apresenta quebra de 3,9%. A estimativa inicial de produção, de 7.1 milhões de toneladas, caiu para 6.8 milhões. O algodão, outra cultura importante para o Estado, registra redução de 18% (passando de 126 mil toneladas para 103 mil toneladas), enquanto que o feijão teve redução de 12%. Com essa quebra, a economia paranaense perde até agora cerca de R$ 1,10 bilhão.

A situação mais crítica é registrada nos 27 municípios que compõem o Núcleo Regional da Seab/Campo Mourão, onde todos tiveram situação de emergência homologada pelo governador Roberto Requião. A quebra na produção de soja chega a 45%; do milho normal, 20%; do milho-safrinha, 65%, e do feijão das águas, 10%.

A maioria das 35 mil propriedades rurais da região apresenta problemas com falta de água. A avicultura também está comprometida, com aviários fechando por não ter como abastecer os pintainhos. Perdas também na pecuária de leite devido a redução de pastagens. A produção estimada em 40.763.557 litros, baixou para 347.416.000 litros, um prejuízo de R$ 16,7 milhões.

Para os próximos dias a previsão meteorológica não é nada animadora. Segundo o Simepar, o tempo deve permanecer assim até domingo, quando deverão ocorrer chuvas esparsas em praticamente todas as regiões do Estado.