O ministro da Secretaria Nacional da Pesca, José Fritsch, admitiu que falhas na fiscalização possam ter contribuído para o surto de difilobotríase, verminose que atingiu 27 pessoas no último ano no Brasil. "São coisas que acontecem", afirmou, depois de um encontro com representantes da Associação Brasileira de Culinária Japonesa.

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Atendendo a uma reivindicação da entidade, Fritsch vai encaminhar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e ao Ministério da Agricultura um pedido para que somente seja permitida a importação de salmão congelado. "Acredito que nos próximos dias isso será determinado", anunciou.

Fritsch defende que a limitação tenha validade para o período necessário para detectar a origem da contaminação do salmão. Os casos registrados até o momento indicam que a difilobotríase é transmitida apenas pelo peixe fresco, consumido cru ou mal cozido. "Trata-se de uma medida de segurança", afirmou o ministro, que se diz um aficionado pela comida japonesa. Segundo ele, desde que os primeiros relatos da doença foram noticiados, ele interrompeu o consumo de peixe cru. "Mas somente salmão. Não há problema de contaminação com pescados brasileiros", completou.

Na semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura recomendaram à população que evitasse o consumo de peixes crus ou mal cozidos. Quem não quisesse seguir tal recomendação deveria ao menos submeter o pescado a um congelamento prévio. O presidente da Associação Brasileira de Culinária Japonesa, Hugo Kawauchi, no entanto, afirma que poucos são os locais com tecnologia para atender às recomendações do governo. "O mais seguro é só usarmos congelado", avaliou Kawauchi. Os 120 restaurantes filiados à associação já receberam a recomendação de comprar apenas peixes congelados.

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O presidente da Anvisa, Cláudio Maierovitch, afirmou ser favorável à proibição temporária. Ele, no entanto, negou que falhas no Brasil possam ter contribuído para tal surto. "O peixe contaminado que chegou aqui não estava deteriorado", disse.

Kawauchi afirmou que, se adotada, a restrição da compra de salmão congelado não deve interferir no preço cobrado pelo produto. Ele observa, ainda, que o produto, se for descongelado da forma correta, tem sabor e textura preservados.

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