Brasília – O governo federal deve editar nos próximos dias uma medida provisória (MP) liberando mais de R$ 30 milhões para as ações nos municípios atingidos pela seca no Amazonas. O anúncio foi feito hoje (18) pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Ele afirmou também que desde o dia 11, quando foi decretado o estado de emergência naquele estado, o governo enviou 50 mil cestas básicas.
"Cada cesta básica alimenta uma família de quatro membros por 15 dias. Uma das primeiras conseqüências dessa estiagem, é que os rios baixam de nível, o transporte colapsa para muitas comunidades, a comida começa a rarear e encarecer e logo mais falta". De acordo com Ciro Gomes, foram enviados ainda 150 kits de medicamentos. Cada kit é suficiente para atender 3 mil famílias durante 30 dias. Para transportar esses mantimentos, segundo Ciro Gomes, estão disponíveis seis helicópteros da Marinha e cinco do Exército, além de três aviões Hércules C-130, um Boeing 707 e três helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB).
O ministro, que viaja hoje (18) para os locais mais afetados pela estiagem, afirmou que 28 dos 61 municípios do Amazonas foram castigados pela seca que atinge mais de 167 mil pessoas. "Não existem epidemias. O mais preocupante neste momento é esse potencial de água potável desqualificada especialmente na retomada dos níveis dos rios". Segundo ele, o ministério já enviou para região 18 toneladas de hipoclorito de sódio (usado para o tratamento da água) para evitar o surgimento de doenças.
Ciro Gomes apontou o aquecimento das águas do oceano Atlântico como o responsável pela seca. "Essa é a hipótese que está se consolidando. Uma coisa que precisa ficar clara é que estiagem na Amazônia é regular todos os anos. O que a acontece esse ano de atípico, é a mais aguda estiagem dos últimos 50 anos. A última grande estiagem foi em 1963 e não foi tão grave quanto essa", disse.
O ministro não descartou a possibilidade de o desmatamento ter influenciar a alteração do clima da Amazônia. Contudo, Ciro Gomes afirmou que esse ano o país deve apresentar dados que mostram uma diminuição de "quase pela metade" do desmatamento no Brasil.