A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fez nesta sexta-feira (15), em palestra a oficiais generais, um diagnóstico dos problemas na área de infra-estrutura no País. Às vésperas do anúncio do pacote de medidas nas áreas econômica e de infra-estrutura, ela disse que houve nos últimos 20 anos um desmonte das estruturas que viabilizavam os investimentos a médio, curto e longo prazo.
"Tivemos uma relação complicada com a infra-estrutura. E a posição do País em relação aos projetos de médio e longo prazo foi bastante comprometida", afirmou. A ministra, que foi incumbida há cerca de um mês pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de monitorar os ministérios na liberação de 120 obras na área de energia e transportes consideradas essenciais para o projeto de crescimento sustentado na economia, dividiu sua palestra em quatro áreas: transporte, aeroportos, energia e saneamento.
Energia
Dilma afirmou que a estimativa do governo de investimentos públicos e privados em energia no período de 2007 a 2015 é de R$ 74,7 bilhões, incluindo recursos de empresas privadas e estatais e da união.
"O objetivo é não ter apagão e universalizar os serviços", afirmou ela. Dilma estima que serão investidos R$ 93,4 bilhões em petróleo e gás e R$ 45,6 bilhões em combustíveis renováveis. No total, os investimentos na área estão estimados pelo governo em R$ 234,8 bilhões, disse.
Dilma informou que mais da metade desses R$ 234,8 bilhões serão recursos da Petrobras. Segundo ela, a meta é produzir 3,34 bilhões de litros de biodiesel ao ano e 23,3 bilhões de litros de etanol por ano até 2010. Hoje o País produz 840 milhões de litros por ano de biodiesel e 16 bilhões de litros de etanol. "Realmente são planos desafiadores", afirmou.
Saneamento
Na área de saneamento básico nas cidades , Dilma Rousseff disse que a meta de investimentos nos próximos 20 anos é de R$ 220 bilhões, sendo R$ 11 bilhões por ano. O serviço de água, segundo ela, poderá chegar a 86% das residências até 2010.
Transportes
Na área de transportes, a ministra citou como necessárias de serem acompanhadas pelo governo na região Norte a melhoria das rodovias BR 163, 346, 156, 319 e 230 (a Transamazônica), a construção das eclusas de Tucuruí, a retomada das obras da ferrovia Norte-sul, e a construção de 40 terminais hidroviários na bacia amazônica.
Na região Nordeste, a ministra relacionou a construção da ferrovia transnordestina, recuperação de trechos das BRS 135 e 101, revitalização das margens do Rio São Francisco, construção da Via expressa do Porto de Salvador, ampliação do porto de Itaqui, no Maranhão, e construção de contornos ferroviários na Bahia.
No Sul, ela mencionou a construção de contornos ferroviários em Santa Catarina. Já no Sudeste, ela falou aos militares sobre a obra do Rodoanel de São Paulo e interligação das BRs 153 e 050, construção do arco rodoviário do Rio de Janeiro, recuperação da BR 101 no Espírito Santo, melhoria de contornos rodoviários em Minas Gerais, recuperação de trechos das BRs 281 e 040.
Aeroportos
Para o setor aeroportuário, Dilma informou que será necessário um investimento de R$ 6,17 bilhões no segundo mandato de Lula.
Segundo ela, o governo investiu de 2003 a 2006 R$ 3 bilhões em obras e equipamentos de aeroportos. Dilma citou que a capacidade instalada dos aeroportos foi de 118 milhões de passageiros este ano. A ministra informou também que houve um aumento de 97% nos investimentos em infra-estrutura de aeroportos de 2003 a 2006. Em 2003, informou, foram empregados R$ 570,1 milhões. Em 2006, R$ 1,123 bilhão.