O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje (25) que o governo "continua mirando" a meta de um superávit primário (economia de recursos públicos para pagamento da dívida) equivalente a 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Isso apesar de o dado parcial divulgado hoje (25) pelo Tesouro Nacional indicar um resultado bem superior. Dos 4,25% do PIB fixados como meta para todo o setor público, o que inclui Estados, municípios e estatais, cabe ao governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) alcançar uma fatia de 2,38% do PIB. Até outubro, porém, o saldo está bem maior: 3,67% do PIB, ou R$ 58,371 bilhões.

continua após a publicidade

Em relação à meta de superávit do setor público como um todo, Bernardo insinuou que ficará acima dos 4,25% do PIB. Ele informou, porém, que o saldo será maior por causa de um desempenho acima do esperado dos Estados e municípios.

Bernardo evitou admitir que o resultado fiscal do governo central este ano será superior à meta estipulada. "Estamos trabalhando para executar todos os programas até 31 de dezembro", disse. Mas, nas entrelinhas, o ministro deixou escapar que será difícil efetuar os gastos necessários para cumprir a meta.

Segundo ele, o governo prepara uma estratégia para não deixar que as obras iniciadas neste fim de ano fiquem paralisadas no início do ano que vem. "O que não der para executar este ano, vamos trabalhar para que já entrem em janeiro e fevereiro sendo executadas", declarou. O ministro informou que esta semana esteve reunido com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para tratar destas questões. Se encontrou também com o presidente Lula, que, segundo ele, deu aval para que despesas sejam remanejadas de obras que ainda não começaram para projetos que estão em andamento.

continua após a publicidade