A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos vai apresentar ainda este ano uma proposta de utilização das cavas do rio Iguaçu ? localizadas em Curitiba e Região Metropolitana (RMC) – voltada à preservação ambiental e lazer. A proposta será incluída no Plano da Bacia Hidrográfica do Alto Iguaçu e afluentes do rio Ribeira, que está sendo elaborado pela Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) e será apresentado ao comitê da bacia já em agosto.
?O Plano vai contemplar ações de recuperação da melhoria da qualidade da água e preservação das várzeas do rio Iguaçu. Além disso, iremos incluir projetos de utilização das cavas para contenção de cheias e construção de tanques de psicultura?, declarou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.
Segundo ele, propostas de recreação e lazer serão desenvolvidas como a criação de um ?piscinão? público nas cavas do rio Iguaçu com monitoramento do Corpo de Bombeiros, Instituto Ambiental do Paraná, Batalhão de Polícia Ambiental e Suderhsa. ?Isso reduziria em 100% o número de mortes por afogamento no local?, completou Rasca.
O presidente da Suderhsa, Darcy Deitos, disse que um diagnóstico está identificando a atual situação da bacia. ?O estudo, que será concluído na primeira quinzena de março, vai apontar suas potencialidades, a qualidade da água e recomendações para uso e ocupação do solo, por exemplo?, explicou Deitos.
Cavas
A RMC de Curitiba possui cerca de 55 quilômetros de cavas encontradas ao longo do leito do rio Iguaçu formadas pela atividade de extração de argila e areia. Atualmente, o Parque Regional do Iguaçu (que abriga o zoológico municipal de Curitiba e constitui uma Área de Proteção Ambiental) é onde se encontram o maior número de cavas oriundas da extração de minérios.
De acordo com o diretor operacional de águas da Suderhsa, José Luiz Scroccaro, as cavas têm sido utilizadas de maneira dispersa por proprietários particulares e pelo público em geral. ?O potencial é imenso, pois as cavas auxiliam no controle de cheias, regularização da vazão dos rios, abastecimento público em períodos de estiagem e para recarga do lençol freático?, enumerou Scrocaro. Ele ainda disse que com as medidas que serão propostas ao comitê de bacias será possível melhorar a qualidade da água no rio Iguaçu.
Banco de Dados
O diretor de Recursos Hídricos da Suderhsa, Emílio Trevisan, informou que o rio Iguaçu possui estações de monitoramento pluviométricas ? que medem a quantidade de chuva nas margens dos rios e fluviométricas – medem quantidade de água nos rios.
?O Paraná conta com uma das melhores tecnologias do Brasil para monitoramento da vazão dos rios e é tido como exemplo para outros Estados brasileiros. O banco de dados hidrológicos do Paraná é um dos mais completos do país porque recebe informações há mais de 70 anos e as mantém atualizadas diariamente?, relatou Emílio
Ele ressaltou ainda que estes dados auxiliam na previsão de quando ocorrerá uma seca e quanto tempo durará. ?É uma estimativa que auxilia na precaução e redução no consumo de água durante períodos de estiagem para que não haja necessidade de suspender o abastecimento?, explicou Emilio.