A tecnologia dos satélites desenvolvida pelo Centro de Excelência em Engenharia de Transportes (Centran), órgão criado pelos ministérios da Defesa e dos Transportes, está sendo usada pela primeira vez para o acompanhamento e a fiscalização das obras de reforma e construção de rodovias no Brasil.

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Segundo o secretário-executivo do Centran, coronel Paulo Roberto Dias, o monitoramento remoto de obras tem o objetivo de prolongar a vida útil das estradas, uma vez que a fiscalização é feita com mais rigor utilizando imagens de satélite, de helicóptero e de veículos aéreos não tripulados. Todo esse sistema de vistoria, segundo ele, tem como resultado "uma cartografia digital, uma escala suficiente para fazer uma boa supervisão de uma obra, ou mesmo uma supervisão ambiental". O projeto de inspeção a distância (sensoriamento remoto) é uma parceria dos ministérios (Defesa e Transportes) com universidades, centros de pesquisas e empresas privadas.

A implementação do novo sistema de controle vai custar aproximadamente 3 milhões de reais. O primeiro teste já foi feito na obra de duplicação da rodovia BR 101 Nordeste, no trecho entre as cidades de Palmares, no sul de Pernambuco, e Natal, no Rio Grande do Norte. "Como essa é uma região sempre coberta de nuvens, no lugar do satélite, a opção foi usar um helicóptero equipado com uma câmera especial. Por elas é possível saber como está o tráfego na pista, o andamento das obras e até contar os remendos no asfalto" explica o coronel.

Para o consultor do Centran no projeto de sensoriamento remoto da BR 101 Nordeste, Ulf Walter Palme, "nós estamos fornecendo um conjunto de imagens para que se possa planejar aonde vai ser necessário indenizar uma casa, retirar um posto de gasolina ou suprimir a vegetação". Ele explica que com a obra a pleno vapor o Centran fará o acompanhamento e a fiscalização e um segundo sobrevôo permitirá o registro da obra realizada. Segundo Ulf Walter, essas imagens fazem parte do sistema de apoio à gestão ambiental das rodovias federais por sensoriamento remoto e essa tecnologia permite planejar melhor a obra, acompanhar, fiscalizar e registrar aonde foi investido o dinheiro público.

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