Representantes do governo e dos movimentos sociais que organizaram a invasão à Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, reúnem-se na quarta-feira em Brasília para discutir melhorias nas condições de vida das populações que residem nas comunidades em torno da barragem da usina.
Segundo o secretário-adjunto da Secretaria-Geral da Presidência, Geraldo Magela da Trindade, estarão em pauta, entre outros assuntos, o sistema de telefonia pública para a população e o programa de alfabetização de jovens e adultos.
Em conversa telefônica com a Agência Brasil, Magela também criticou a invasão da hidrelétrica, liderada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que começou na última quinta-feira e durou menos de 24 horas.
"Sempre existiu um diálogo permanente entre o governo e o movimento. Por isso, consideramos aquele ato exagerado", disse o secretário, que qualificou a manifestação como "um ato desnecessário e até arriscado", pois pôs em risco muitas vidas, além do patrimônio público. "Achamos que as manifestações são legítimas, mas é preciso um mínimo de razoabilidade, dentro dos limites da lei, sem colocar em risco as vidas e os patrimônios do povo brasileiro.
O MAB denuncia as conseqüências da falta de um estudo dos impactos ambientais antes da construção da hidrelétrica. Entre elas, o deslocamento da população na área de inundação e o desaparecimento da pescaria que tradicionalmente sustentava a região.
O movimento pede ao governo a criação de um plano de desenvolvimento sustentável, educação de qualidade no campo e construção de poços artesianos.
A lider do MAB no estado do Pará, Elvanice de Jesus Furtado, não descarta uma nova ocupação. Na sexta-feira, após uma reunião que não trouxe avanços para o impasse, ela disse que, se persistir o impasse, "mobilizar o povo novamente é a única solução que se tem". As informações são da Agência Brasil.