O governo trabalha para evitar uma debandada de assessores do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Eles estão percebendo que a situação política do chefe se deteriorou e, embora ainda não haja limpeza geral de gavetas, muitos se mexem para abandonar a Esplanada.

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No Planalto, os rumores de revoada acenderam um alerta e o presidente Lula assumiu o comando da operação para manter a turma de Palocci. Por telefone, ele chegou a pedir que o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, que já tem como certa sua indicação para uma gerência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), permaneça no cargo até o fim do ano. Levy ficou de pensar.

Oficialmente, todos os assessores continuam em seus postos. Intramuros, muitos, depois de emitir sinais de insatisfação, já recebem sondagens de outros órgãos do governo. O secretário, Luiz Awasu Pereira, está a caminho do Banco Mundial. Nem o fiel assessor de imprensa, Marcelo Netto, escapa.

"Nós vamos evitar esses rumores. O próprio Levy disse que vai analisar o convite do Moreno (Luiz Alberto Moreno, presidente do BID). O presidente pediu que continue no cargo", contou um influente assessor do Planalto. Ele foi testemunha da conversa em que Palocci disse a Lula que estava cansado dos ataques da CPI dos Bingos e críticas da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Palocci tem de ficar e ser protegido. Não haverá mudança nos cargos nem na política econômica", insistiu o assessor.

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Mas a decisão de ficar ou sair é só do ministro. Ele tem repetido a amigos e colaboradores o que disse a Lula: "Estou cansado e sou alvo de ataques dentro e fora do governo." Palocci sabe que o comandante da economia só se mantêm se estiver forte. E já avisou ao presidente que os agentes econômicos são volúveis. "Se perceberem que perdeu credibilidade, ele não tem como se sustentar no cargo", explica um assessor.