Governo reivindica apoio ao trigo e ações que amenizem efeitos da seca

O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, reuniu-se em Brasília com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, para reforçar os pedidos encaminhados ao Ministério com o objetivo de recuperar a produção de trigo no Paraná. Pessuti ressaltou ao ministro a importância de existir uma política bem definida para a cultura. ?Com a situação do trigo bem ajustada, vamos poder amenizar as conseqüências do desastre que tivemos com a soja e o milho em conseqüência da estiagem?, afirmou.

Ele lembrou o ministro da importância do trigo para a agricultura do Paraná. ?Nosso Estado responde por 55% de todo o trigo produzido no País?, declarou. O secretário comentou que, com a estiagem, tornou-se ainda mais necessário dar uma atenção especial à cultura. ?O trigo é a nossa opção de inverno, substituindo a soja e o milho. Se não tivermos incentivo ao trigo, os prejuízos para os produtores serão ainda maiores?, alertou Pessuti.

Para o deputado federal Moacir Micheleto (PMDB), é impossível discutir a situação do trigo sem a participação da indústria. ?Precisamos desenvolver, de fato, um programa para o trigo que realmente seja cumprido. E a indústria também tem compromisso com o setor?, disse. Micheleto propôs a realização de uma audiência pública sobre a situação do trigo em Cascavel. A data do evento ainda não foi definida.

De acordo com as reivindicações, o Governo do Estado e o setor produtivo defendem um preço mínimo equivalente, pelo menos, ao custo operacional total de R$ 488,67 por tonelada. Também é esperada a intervenção do Governo por meio de instrumentos, como Aquisição do Governo Federal (AGF), Prêmio de Risco para Aquisição de produto Agropecuário Oriundo de Contrato Privado e Opção de Venda (PROP) e outros.

Ainda são defendidos a manutenção dos leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), que permitem qualquer destinação, exceto à região sul do País, o reajuste em 25% do limite do custeio, elevando-o de R$ 200 mil para R$ 250 mil por tomador, a aprovação de R$ 45 milhões do Orçamento da União para a subvenção do seguro rural, além de outras ações.

Estiagem ?Pessuti também defendeu o apoio do Governo Federal para amenizar os efeitos da seca no Paraná. Ele apresentou ao ministro Rodrigues dados da Secretaria da Agricultura referentes à situação atual de diferentes culturas em decorrência da seca que atinge o Paraná desde novembro do ano passado. ?Tínhamos uma previsão inicial de colher 11,7 milhões de toneladas de soja. Agora, estimamos uma colheita de 10,7 milhões de toneladas do produto?, afirmou.

Ele também lembrou o ministro sobre a perda de 100 mil toneladas de feijão e os prejuízos com o milho da primeira safra. ?Iríamos produzir 9,35 milhões de toneladas. Agora, calculamos uma produção de 7,28 milhões?, informou. O ministro Rodrigues disse que já tinha recebido o documento da Secretaria da Agricultura e encaminhado as informações ao gabinete.

Pessuti aproveitou o encontro para apresentar a queda dos valores pagos pela saca de soja no Estado. Em janeiro de 2004, a saca de soja era comercializada a R$ 42,00. No mesmo mês de 2005, foi vendida a R$27,00. Em janeiro deste ano, o valor caiu para R$ 26,00.? O secretário acrescentou que os produtores do Paraná acumulam prejuízos com a seca pelo terceiro ano consecutivo.

Sobre a crise do setor, Rodrigues mostrou preocupação. ?A renda da agricultura este ano será um desastre?, disse. Ele defendeu que as propostas para amenizar os efeitos da estiagem, defendidas pelo Governo do Paraná e por respresentantes do setor produtivo do Estado, sejam apresentadas ao setor financeiro do Governo Federal. ?Vamos levar essas propostas, em cifrão, ao ministro Palocci?, informou.

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