A Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa) reforçou o monitoramento da vazão dos rios durante o período de estiagem no Paraná, em onze bacias hidrográficas. ?Este trabalho é desenvolvido em algumas estações desde 1930 e, agora intensificado, aponta médias históricas de baixo volume de água nunca vistas?, alertou o presidente da Suderhsa, Darcy Deitos.
São 750 estações de monitoramento pluviométricas ? que medem a quantidade de chuva nas margens dos rios e fluviométricas – medem quantidade de água nos rios. O monitoramento diário é feito por 650 observadores que fazem as leituras de chuva e cotas de rio (altura e nível da água) em uma área de aproximadamente 615 quilômetros quadrados. Outros 28 hidrometristas aferem o volume de água em determinados pontos de um rio.
O Rio Iguaçu apresentou a menor vazão? quantidade de água que corre por segundo ? de suas águas dos últimos 75 anos, no trecho que corta o município de União da Vitória. ?O rio apresentou uma vazão média de 44 metros cúbicos por segundo em junho e agora subiu para 82, sendo que a vazão normal é de 466 metros cúbicos por segundo?, explicou Darcy. Segundo ele, a situação preocupa, pois os reservatórios das hidrelétricas estão baixando.
O manancial de abastecimento do Altíssimo Iguaçu, que abastece Curitiba e sua Região Metropolitana, é o mais crítico em relação às conseqüências dos baixos volumes de água dos rios. ?Está ficando abaixo de sua mínima histórica?, acrescentou.
A região de Londrina não apresenta problemas, pois é abastecida pelo Rio Tibagi que já apresenta sinais de recuperação da estiagem. Na semana passada, o Rio Tibagi havia batido o recorde de baixa de volume em 42 metros cúbicos por segundo, subindo para 60 metros cúbicos no início deste mês. A média normal de vazão do Rio Tibagi é de 400 metros cúbicos no ponto de monitoramento do seu afluente Rio Jataizinho.Com a chuva dos últimos dias, o nível do Lago Iraí também subiu, mas ainda não foi recuperado totalmente.
Banco de Dados
O diretor de Recursos Hídricos da Suderhsa, Emílio Trevisan, informou que o Paraná conta com uma das melhores tecnologias do Brasil para monitoramento da vazão dos rios e é tido como exemplo para outros Estados brasileiros. ?O banco de dados hidrológicos do Paraná é um dos mais completos do país porque recebe informações há mais de 70 anos e as mantém atualizadas diariamente?, relatou Emílio
Ele ressaltou ainda que estes dados auxiliam na previsão de quando ocorrerá uma seca e quanto tempo durará. ?É uma estimativa que auxilia na precaução e redução no consumo de água durante períodos de estiagem para que não haja necessidade de suspender o abastecimento?.
Esta semana, os técnicos da Suderhsa continuarão fortalecendo o monitoramento para prever possíveis racionamentos. ?Pode acontecer, mas o Governo do Paraná já está prevenido para uma ação emergencial caso seja necessário. O Rio Alto Iguaçu já está sendo perfurando para formar cavas para o abastecimento de água?, finalizou Deitos.