A Secretaria da Saúde confirmou ontem (04) 138 casos de dengue no Paraná, todos autóctones (contraídos no próprio Estado). As principais regiões atingidas são Norte e Noroeste, e os municípios que mais registraram casos são Foz do Iguaçu e Paranavaí. Segundo médicos da Secretaria, o motivo é o calor que tem feito nestas regiões. Com isso, pontos naturais de reprodução do mosquito ficaram sem água, fazendo com que ele procurasse locais próximos ou até mesmo dentro das residências. ?Por isso ressaltamos a importância de manter potes, vasos e qualquer local que possa acumular água sempre limpos e renovando a água?, alerta o diretor de Vigilância em Saúde e Pesquisa da Secretaria, José Francisco Konolsaissen.
Ele também aponta outras questões como responsáveis pelos casos. As razões são as mesmas divulgadas junto com o último boletim, no meio de março. ?Esses casos são conseqüência destas ações que já apontamos anteriormente?, afirmou. Em alguns locais parte dos trabalhos municipalizados da dengue foram desarticulados. As eleições e troca de comando dos gestores geraram problemas, interrupções no trabalho e em alguns casos até abandono de trabalho por parte dos municípios
Konolsaissen diz que outro ponto, reforçado principalmente na região Oeste do Estado, onde até agora o número de casos foi maior, é a seca, aliada ao calor. As pessoas acabam armazenando água em casa sem que haja proteção adequada. Ele também aponta como um dos motivos as fronteiras que fazem parte do Estado. ?Pode-se facilmente observar nos locais de fronteira a concentração do maior número de casos da doença?, apontou. ?Mas de qualquer maneira temos poucos casos, se formos fazer um comparativo com os nove mil casos autóctones de 2003 e com o grande calor e seca que está fazendo?, comentou o diretor.
Após a suspeita de casos, imediatamente as secretarias municipais acionam um trabalho de mobilização para o combate à doença e ao mosquito. Agentes marcam a área da residência ou localidade que esteja com a suspeita em raio de 300 metros. Depois visitam todas as residências verificando possíveis sintomas da doença nas pessoas, além de fazer varredura em locais que podem dar condições de reprodução do mosquito e caso necessário inseticidas são aplicados. Se o caso for confirmado, 100% da localidade passam por esses procedimentos.
Exemplo
Segundo informou José Francisco Konolsaissen, o Paraná está exportando sua experiência na área de combate à dengue. No início do ano, o Ministério da Saúde divulgou relatório que aponta o Paraná como Estado que teve a maior redução no número de casos de 2003 para 2004, chegando a mais de 99%. No início de março, a parceria do governo com a iniciativa privada, que garantiu no Paraná a redução de casos da doença, foi levada aos Estados do Nordeste.
O governador Roberto Requião e o secretário Saúde, Cláudio Xavier, apresentaram na Paraíba e Pernambuco as ações desenvolvidas pelo governo e o Projeto Paraná Rodando Limpo, que já retirou do meio ambiente oito milhões de pneus inservíveis.
A doença
O aedes aegypit é o mosquito que transmite a dengue por meio de picadas, quando infectado com o vírus. A maior incidência de picadas ocorre durante o dia, principalmente no início da manhã e no final da tarde. Os sintomas que acompanham a enfermidade são febre, dor de cabeça, dor no corpo e dor atrás dos olhos, além de dores nas juntas e manchas avermelhadas na pele. Ao constatar alguns dos sintomas, a pessoa com suspeita deve procurar um médico o mais rápido possível. O verão é a época de maior proliferação do mosquito.