O curso de bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foi reconhecido pelo governo do Estado em maio. A universidade formou sua primeira turma em 2005 e já colocou no mercado, profissionais qualificados que agora poderão regulamentar a sua carreira. ?A Biologia está presente em praticamente todos os setores. É um curso muito em voga e que hoje tem apelo de mercado?, disse o coordenador do colegiado de curso, professor Marcos Pileggi.
Segundo Pileggi, a avaliação feita pelo Conselho Estadual de Educação do Paraná para reconhecimento do curso ponderou vários aspectos da estrutura disponibilizada pela UEPG. Um desses fatores é o número de entradas anuais, limitado a 25 vagas. ?É o ideal. Se aumentarmos as vagas, poderemos ter a qualidade do curso comprometida?, afirmou o coordenador.
Nesse aspecto, ele destaca a estrutura física do curso atende aos padrões do Ministério da Educação. Em 15 laboratórios há a disponibilidade de um microscópio por aluno. ?Estamos formando uma elite científica, que deve estar bem preparada para enfrentar e assumir responsabilidades em diversas áreas, com ênfase no campo da pesquisa?, comentou.
Outro ponto elogiado pelos avaliadores é a titulação do corpo docente do curso. ?A maioria dos professores possui doutorado e Tide (Tempo Integral e Dedicação Exclusiva). Todos os professores têm gabinetes próprios, o que garante a permanência na instituição e facilita o atendimento aos alunos?.
Os professores ainda atuam em variadas linhas de pesquisa, aprovadas pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e trabalham na implantação de dois programas de mestrado, com direcionamento para as áreas ambiental e ecológica. ?Isso é resultado da produção científica dos nossos professores?, disse o coordenador do colegiado.
Estágio
A formação do curso de bacharelado de Ciências Biológicas é generalista, preparando profissionais para um mercado em franca expansão. Conforme o Conselho Regional de Biologia, o biólogo pode atuar em campos diversos. Sobre isso, Marcos Pileggi abre um capítulo à parte, revelando que o colegiado do curso trabalha uma nova matriz curricular, para estimular o estágio.
Por intermédio dessa proposta, o aluno faria o estágio no primeiro semestre do último ano do curso paralelamente às aulas. No segundo semestre ele se dedicaria ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), podendo dar seqüência ao estágio. ?É uma forma de criar um vínculo com as empresas, abrindo oportunidades de trabalho e desenvolvendo projetos voltados para a realidade dessas empresas?, disse o professor.
Ainda com relação ao mercado de trabalho, Pileggi colocou como primordial a criação de uma empresa júnior no curso. ?É a melhor forma de fazer com que os acadêmicos exerçam o profissionalismo, da forma como terão que fazer lá fora?, afirmou.
Marcos Pileggi ainda disse que existe um mercado amplo para a atuação dos profissionais formados pela UEPG. ?Temos apenas que mostrar serviço e que temos valor? completou. Destacou também como ponto positivo do curso o engajamento dos acadêmicos no programa de iniciação científica da instituição, o que possibilita que muitos deles ingressem em programas mestrado tão logo concluam a graduação.
Entre os vários pontos positivos que levaram ao reconhecimento pelo Conselho Estadual de Educação, Pileggi apontou alguns fatores que podem contribuir para o crescimento da graduação em Ciências Biológicas. Um deles seria a unificação das habilitações em licenciatura e bacharelado, que possuem um núcleo comum de disciplinas. ?Somos todos biólogos. Não há razão para essa divisão?, concluiu Pileggi.
Em outra observação, o coordenador do colegiado apontou como prejudicial ao curso, a excessiva carga de trabalho burocrático a que é submetido o professor. Para ele, a instituição deveria pensar mais no docente, para que possa produzir mais tanto no campo da pesquisa como da extensão. ?No organograma da instituição, departamentos e colegiados estão na mesma linha?, constatou.