O governador Roberto Requião reativou oficialmente, nesta sexta-feira, o Centro de Educação Profissional Agrícola do Noroeste, onde funciona uma extensão da Universidade Estadual de Maringá e do Colégio Agrícola do Noroeste, criado em 1990 e desativado em 1996.
?Ainda são necessárias algumas obras, mas o importante é que o centro está aberto e pronto para oferecer mão-de-obra especializada e atender a demanda por técnicos agrícolas na região?, avaliou o governador.
Localizado em uma região com poucas alternativas de cursos profissionalizantes e de renda, o colégio abriga 200 alunos que cursam o ensino médio com educação profissional de Técnico Pecuário. Implantado em fevereiro de 2004, o curso profissionalizante para jovens carentes utiliza a estrutura do Campus Regional do Noroeste, através do convênio entre Secretaria de Educação, Universidade Estadual de Maringá e Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná (Amunpar).
Transgênicos
O governador aproveitou a oportunidade para falar com futuros técnicos agrícolas e esclarecer os estudantes sobre os risco da opção pela produção de alimentos geneticamente modificados.
?Teremos um ensino com a marca de qualidade da UEM, mas paralelamente eu espero destes jovens a defesa da soberania alimentar, porque corremos o risco de ter uma única variedade de soja transgênica, dominante e monopolizada por um único fabricante. Se surgir uma praga que acabe com ela e esta semente já predominar no país, será o fim do ciclo da soja?, alertou.
O Campus Regional do Noroeste está localizado na comarca de Nova Londrina, em Diamante do Norte, com divisas dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e atende 28 municípios da Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná (Amupar) e outros municípios do Paraná e de São Paulo.
O campus possui área total de 84 hectares, com 14 mil metros quadrados de construções e 71,8 hectares ocupados pela fazenda escola. Além de alunos da região, o colégio também recebe alunos indígenas encaminhados pela Funai.
A desativação do colégio, em 1996, criou um paradoxo representado pela existência de uma instituição com as portas fechadas numa região que necessitava da formação de mão-de-obra especializada. ?Estávamos esquecidos, precisando de técnicos agrícolas e com jovens sem curso profissionalizante?, lembrou o prefeito de Diamante do Norte, Pedro Ruiperes Salani.
A extensão da Universidade Estadual de Maringá foi criada a partir das perspectivas de desenvolvimento regional e por isso desenvolve projetos de extensão. ?O colégio auxilia em pesquisas importantes, como a que estuda a seqüência genética de uma bactéria e que pode fazer com que o produtor reduza a utilização de insumos para o plantio da soja?, afirmou o reitor da UEM, Gilberto Pavanelli. O evento também contou com a participação do secretário de Obras, Luiz Dernizo Caron.
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