A Santa Casa de Paranaguá voltou a funcionar nesta segunda-feira, sob gestão do Governo do Estado. Nesta primeira etapa, começam a funcionar o Pronto Socorro e a maternidade. O governador Roberto Requião decretou a intervenção do hospital em 8 de junho, logo após a suspensão das suas atividades. Desde então, a Secretaria de Estado da Saúde iniciou as reformas e os estudos para reabrir a instituição.
“Concentramos todos os esforços para que tudo ocorresse o mais rápido possível e a população tivesse na Santa Casa um atendimento digno. Esta é mais uma prova da eficiência e importância que este governo dá à saúde”, disse o secretário da Saúde, Cláudio Xavier, que visitará a instituição nesta terça-feira.
Para realizar a reforma, que foi dividida em três partes, a Secretaria deverá investir até o final da obra cerca de R$ 500 mil com a parte física do hospital, fora as despesas com funcionários. Na primeira etapa, inaugurada nesta segunda-feira (2), foram readequados diversos espaços do hospital, como o acesso à maternidade, os leitos de observação e também a ligação da maternidade ao Pronto Socorro, que está parcialmente pronto, com cerca de 200 m2 e no final da obra passará para 900 m2.
Etapas
Essa reinauguração já garante a volta do atendimento aos pacientes de Paranaguá e dos demais municípios do litoral, com 40 leitos divididos entre Maternidade (32) e Pronto Socorro (8), além do centro cirúrgico. No final da obra a previsão é de 72 leitos. Para a dona-de-casa Tatiana Alves da Conceição, de 21 anos, a reabertura do hospital é fundamental para a saúde pública no município e região. “Muitas pessoas não têm outro hospital para ir. Agora que o problema já está resolvido a cidade toda está muito feliz”, contou ela, que teve o primeiro filho há seis anos na Santa Casa e acompanhou todo o processo de melhorias na instituição feitas durante o último mês pelo governo estadual.
Na segunda etapa, que demorará aproximadamente 30 dias, entrarão em funcionamento os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, que antes eram quatro e passarão a 10, além de cinco Unidades de Cuidado Intensivo (UCI) neonatal. Serão os primeiros leitos de UCI Neonatal do litoral. Os equipamentos para os novos leitos adulto e neonatal serão fornecidos pelo Estado, que também custeará as unidades até o credenciamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Ministério da Saúde (MS).
Na última etapa, que deverá durar no máximo 60 dias, ocorrerá a inauguração definitiva do Pronto Socorro, que funcionará em ambiente maior, mais agradável e com mais equipamentos. Para o obstetra e ginecologista Amauri Bilieri, que trabalha em Paranaguá e na Santa Casa desde 1987, a reabertura tem uma grande importância estratégica para o município e a região. “É fundamental que o hospital volte a funcionar, já que é o único que atende pelo SUS no município. Além disso, a Santa Casa não fica restrita a Paranaguá, pois recebe pacientes de todo o litoral”, disse. Bilieri acredita que com as reformas do hospital o atendimento à população deverá melhorar. “Nós já temos bons médicos, o que faltava era uma boa estrutura, que está sendo feita e organizada”, afirmou.
A Secretaria da Saúde já contratou 107 funcionários para trabalhar no hospital e 50 médicos. Além dos enfermeiros, farmacêutico, administrador, técnicos de radiologia e outros profissionais já contratados em regime de urgência pelo Estado, outros deverão ser contratados. Um teste seletivo está sendo preparado e as inscrições estão abertas até o dia 5 de agosto, na 1ª Regional de Saúde, de Paranaguá. Todos os contratados em regime de urgência passarão pelo teste. As vagas para a seleção existem para profissionais com primeiro, segundo e terceiro grau e vão desde motoristas e auxiliares administrativos até fisioterapeutas e nutricionistas. Ao todo serão contratados 220 funcionários para o hospital, além dos médicos.
Intervenção
O governador Roberto Requião decretou a intervenção na Santa Casa de Paranaguá no dia 8 de junho. A medida foi tomada após a paralisação das atividades pela instituição, que acumulava dívidas. A Secretaria da Saúde iniciou então o processo de auditoria no hospital e reuniões com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) que, através da Funpar, poderá assumir a administração da Santa Casa. Também disponibilizou três ambulâncias (duas de remoção e uma do tipo Siate) para os pacientes e credenciou sete hospitais como referência no atendimento à população de Paranaguá. Desde então, todos os pacientes que precisam de atendimento hospitalar na cidade passaram a ser transferidos e atendidos nos municípios próximos.
No dia 10 de julho, a prefeitura de Paranaguá, através de liminar, conseguiu reabrir a maternidade da Santa Casa, única ala que está em um prédio novo. Desde então, a maternidade e todos os procedimentos ali realizados ficaram sob responsabilidade da prefeitura, mas o Estado continuou disponibilizando as ambulâncias para remoções que fossem necessárias, além de garantir que todos os procedimentos realizados na maternidade seriam pagos através do SUS. A maternidade é responsável por cerca de 30% dos R$ 200 mil que compõem o teto de repasses do SUS para a Santa Casa. A responsabilidade da prefeitura sobre a maternidade terminou em 31 de julho. Desde domingo (1º de agosto) a maternidade está sob responsabilidade do Estado. O governo do Estado contratou em regime de urgência os funcionários para trabalharem na Santa Casa.