Governo quer reconhecer diploma de brasileiros que estudaram em Cuba

O governo brasileiro está em negociação com o governo cubano para facilitar o reconhecimento dos diplomas de alunos do Brasil que se formarão este ano em Cuba. Atualmente, qualquer curso feito por brasileiros no exterior pode ser reconhecido, mas o processo de reconhecimento é demorado e pode chegar a dois ou três anos. A negociação do governo brasileiro pretende simplificar, inicialmente, o processo de reconhecimento dos cursos cubanos de medicina.

Segundo o chefe da Divisão do México, América Central e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, conselheiro Igor Kipman, "dos 600 alunos que vão se formar em medicina, esse ano, em Cuba, aproximadamente 400 são brasileiros".

Durante o ano de 2004, um grupo interministerial brasileiro preparou uma minuta de ajuste complementar do acordo educacional e, em novembro, a entregou aos representantes do governo cubano. Esta semana, a minuta foi devolvida ao governo brasileiro com comentários e sugestões de ajuste, que já foram distribuídas aos Ministérios da Educação e da Saúde e à Casa Civil da Presidência da República.

"Nós esperamos que, ao invés de o aluno formado em Cuba ter de se submeter a um exame de proficiência como é atualmente, o aluno possa ter o diploma reconhecido apenas por equivalência curricular. Para que isso seja possível, as universidades cubanas vão ter que complementar o currículo com uma fase de epidemiologia regional brasileira e com informações sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil", explicou Kipman.

Essa medida não deverá beneficiar imediatamente os alunos que já concluíram o curso, mas aqueles que se formarão ainda este ano. O acordo entre os dois países deverá beneficiar também alunos cubanos que estudam medicina no Brasil. "Está previsto que os Ministérios da Educação e da Saúde deles criem uma comissão similar à nossa para que o reconhecimento, lá, também seja feito com mais rapidez", informou.

O acordo final está previsto para a próxima semana. Para o conselheiro, "ninguém tem a menor dúvida quanto à qualidade dos cursos em ambos os países. O que nós percebemos é a necessidade de complementar alguns aspectos peculiares ao Brasil para que eles cheguem aqui conhecendo esses aspectos".

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