Governo quer estimular brasileiros a conhecerem o País

?Brasil. Experimenta!? Com este convite o Ministério do Turismo pretende estimular os brasileiros a conhecer o próprio País. O plano Cores do Brasil foi apresentado na última sexta-feira (28) pelo ministro Walfrido Mares Guia, no 33º Congresso Brasileiro de Agências de Viagem ? Abav 2005, a maior feira de turismo das Américas, realizada no Rio de Janeiro, entre 26 e 30 de outubro.

Esta campanha faz parte da ofensiva do governo federal para aumentar o turismo interno, já que os indicadores mostram que os brasileiros viajam pouco para fora dos seus próprios estados. Para formatar o Cores do Brasil, foi desenvolvido um trabalho nos dois últimos dois anos que incluiu a visita de técnicos por todo o País para identificar o potencial turístico de cada região e a ampliação dos roteiros existentes.

Para atingir a meta prevista para 2010 de 20 milhões de viagens, o governo federal vai investir R$ 84 milhões em promoção e implantar um programa de profissionalização da atividade. A expectativa do Ministério é agregar pessoas de todas as classes sociais ao mercado formal. Pelos cálculos oficiais, deverá haver um aumento da receita em turismo de R$ 14 bilhões.

Para o mercado externo, foi apresentado o plano Aquarela do Brasil. O ministro Walfrido Mares Guia também anunciou investimentos expressivos. Até 2007, serão gastos US$ 60 milhões por ano para apresentar o Brasil aos visitantes estrangeiros. A meta é fazer com que, até 2007, desembarquem no País cerca de nove milhões de turistas gerando US$ 8 bilhões em divisas.

O ministro reconhece que hoje a diferença dos turistas brasileiros que viajam para o exterior e a entrada de estrangeiros representa US$ 625 milhões de dólares. Até setembro deste ano, os brasileiros deixaram US$ 3,4 bilhões no exterior contra US$ 2,845 bilhões dos turistas estrangeiros.

?Isso não afeta significativamente a balança comercial, mas queremos inverter esta situação e fazer com que o turismo tenha uma participação expressiva no Produto Interno Bruto (PIB)?, disse o ministro. O interesse do mercado externo parece estar mesmo se consolidando, já que, a partir desta semana, foi anunciado que haverá uma nova rota com três vôos semanais entre Madri ? Fortaleza ? Buenos Aires, com escalas em Salvador.

Salão do Turismo

Para os operadores e agentes de turismo presentes na Feira das Américas, Walfrido Mares Guia também mostrou como será realizado o II Salão de Turismo ? Roteiros do Brasil, que será realizado de 2 a 6 de junho de 2006, em São Paulo. Esta iniciativa, que conta com parceiros como o Sebrae, Petrobras e Caixa Econômica Federal, apresenta como novidade a segmentação de roteiros que serão trabalhados em nichos de mercado.

Pesquisas mostram que o sol e o mar continuam sendo os grandes atrativos, mas, pela primeira vez, este índice de preferência registrou 36,7%, um número inédito já que este dado nunca foi inferior a 50%. A conclusão é que estes números mostram um interesse crescente por outras atividades como o ecoturismo, aventura e esporte, atividades que podem incluir lugares até então fora da rota tradicional.

O Salão de Turismo terá a Feira de Produtos, com apresentação dos novos roteiros turísticos trabalhados pelo Programa de Regionalização do Turismo em todos os estados brasileiros; Vitrine Brasil, dividida em manifestações culturais, Feira de Artesanato, Mostra Gastronômica e Mercado da Agricultura Familiar; Rodada de Negócios, que prevê encontros entre agências de turismo e operadoras.

Serão realizadas ainda Rodada do Agronegócio Familiar e Turismo, com encontros agendados entre os empresários e os agentes para comercializar produtos agropecuários diferenciados; Núcleos de Conhecimento, ambiente para debate e troca de informação; Missões Promocionais, que consiste na divulgação dos roteiros turísticos por meio do projeto Caravana Brasil e pelo Press Trip de jornalistas convidados; e Missão dos agentes de Viagem, em torno de 300 micro e pequenos produtores do interior de São que serão convidados a mostrar seus produtos no Salão.

?É importante ressaltar que todo este movimento na valorização e descoberta de novos destinos turísticos, voltado tanto para o público interno e externo, é fruto da implantação de uma política pública consistente. Ainda temos algumas dificuldades como, por exemplo, a tributação e o combustível que tornam o turismo interno mais caro do que deveria. Isso podemos resolver com o tempo, mas a valorização dos destinos brasileiros pode aquecer o mercado e os preços podem cair, por exemplo, pela competição entre as operadores?, disse o ministro.

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