Governo quer aumentar visitação em parques sem prejudicar o meio ambiente

O Brasil tem 72 parques nacionais, distribuídos em 20 milhões de hectares, o que coresponde a área de vários países europeus juntos.  Estão entre as mais de 270 unidades de conservação e áreas protegidas federais. Um patrimônio de dar inveja. O desafio do governo é ampliar o acesso das pessoas à essas áreas, sem provocar  riscos e prejuízos para a preservação dos biomas, como Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal, que compõe a biodiversidade brasileira.

?Quando a gente cria uma unidade de conservação, há pessoas que acham que estamos engessando o país, guardando uma coisa para que no futuro algumas pessoas possam ter acesso a uma peça de museu. Mas não é nada disso?, diz a ministra do Meio Ambiente,  Marina Silva. Segundo ela, não se está criando ?redomas de vidro? em volta dessas unidades, mas criando condições, preservando, para que  as pessoas tenham acesso a essas áreas hoje e as próximas gerações  também. ?As unidades de conservação são como partituras de uma linda melodia que é executada agora e ainda será executada no futuro?.

O diretor de Ecossistemas do Ibama, Valmir Ortega, explica que a abertura dos parques para o público é fundamental. ?É necessário não  apenas para tornar sustentáveis economicamente as unidades, mas para que as pessoas possam usufruir de um contato direto com a natureza,   estabelecendo um novo vínculo com essas áreas. Há um caráter educativo para jovens e adolescentes?, avalia. Em 2005, os parques nacionais receberam 2 milhões de visitantes. Nos Estados Unidos esse número é significativamente superior: 160 milhões de visitantes.

Quênia, Costa Rica e Austrália também estão a frente do Brasil no que se refere à quantidade de turistas atraídos pelos parques. Para mudar esse cenário, o governo desencadeou ações em inúmeras frentes. Cerca de 2 mil servidores foram contratados para atender unidades de  conservação e parques nacionais nos últimos anos. Durante seis meses do ano, 1500 novos funcionários trabalham exclusivamente na prevenção e no combate ao fogo, que com freqüência destrói fauna e flora dessas áreas. Em 2006  foi criado um fundo específico para receber recursos das empresas obrigadas pela lei a compensar financeiramente o impacto ambiental provocado por obras executadas por elas. Esses recursos revertem em melhorias para as áreas beneficiadas e, sobretudo, em indenizações para proprietários que possuem terras nas áreas estabelecidas pelo governo como unidade de conservação.

Um estudo também está sendo feito para identificar o impacto econômico que essas unidades geram nas comunidades em que estão inseridas. ?Mais da metado dos 2 milhões de turistas que estiveram nos parques nacionais no ano passado visitaram o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Estimativas revelam que essa visitação reverteu à economia do município de Foz do Iguaçú mais de R$ 600 milhões?, revela Ortega.

O diretor do Ibama também anuncia que em breve o Parque Nacional da Serra das Confusões, localizado numa das regiões mais pobres do país, no interior do Piauí, deverá ser aberto à visitação pública. ?Nossa expectativa é de que com 5 mil vistantes em um ano, o que representa 1/5 do que recebe o Parque Nacional do  Itatitaia, seja possível dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) do município de Acauã, a porta de entrada do parque. Podemos transformar regiões como essa a partir do meio ambiente, com geração de renda, promoção do desenvolvimento sustenável e com inclusão social?.

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