Governo quer acabar com “overbooking”

O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Carlos Wilson, disse hoje (14) que o governo estuda uma forma de acabar com o "overbooking", prática utilizada pelas empresas aéreas que consiste em aceitar um número de passageiros maior do que a capacidade dos aviões para evitar que as desistências de última hora causem ociosidade nos vôos. Wilson admitiu até a possibilidade de aplicação de multa às empresas, embora tenha afirmado que aposta num entendimento entre as companhias e o Departamento de Aviação Civil (DAC).

O estudo de medidas foi iniciado depois do episódio protagonizado pelo comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O general foi acusado de interromper a decolagem de um vôo da TAM para Brasília para que ele e a mulher pudessem embarcar. No vôo, havia um "overbooking" de pelo menos 16 passageiros.

"Está se dando uma dimensão ao caso como se isso só tivesse acontecido com o general Albuquerque. Só que isso acontece todos os dias, com muitos cidadãos, e se tornou uma prática abusiva contra o passageiro", disse Wilson. Segundo ele, o estudo para acabar com o "overbooking" foi determinado pelo vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar.

As declarações de Carlos Wilson foram dadas no Palácio do Planalto, depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encontro, Lula decidiu que o novo presidente da Infraero será o brigadeiro da reserva José Carlos Pereira, atual diretor de Operações da empresa. Wilson está deixando o cargo para concorrer a uma vaga de deputado federal por Pernambuco.

A transmissão de cargo será no fim do mês, depois que Alencar retornar de uma viagem à China. Ao conversar com o futuro presidente da Infraero, Lula pediu atenção redobrada para a segurança dos aeroportos e dos aviões.

Apesar de admitir a adoção de multas para as empresas, Wilson disse que "o melhor caminho é o entendimento". "Não é possível ter 20 ou 30 passageiros a mais em todo vôo" disse. "As companhias aéreas têm de ter mais responsabilidade."

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