A economia mundial continuará crescendo, mas num ritmo mais lento que o dos últimos dois anos. Esse é o desfecho mais provável do atual processo de ajuste da economia internacional, na avaliação do secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Pereira

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"O cenário central com o qual as pessoas estão trabalhando é de uma pequena desaceleração, mas nada que seja uma coisa dramática", afirmou ele ontem. "A expectativa é que continue o ciclo de crescimento mundial, mesmo que em patamar um pouco menor que o observado nos dois últimos anos, que foi bastante elevado.

Para Pereira, a volatilidade dos mercados internacionais nas últimas semanas é "um processo natural de ajuste técnico" dos investidores, diante da expectativa de "fortalecimento da política monetária nos grandes centros do mundo", ou seja, de alta dos juros nas economias mais importantes

Pereira e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, terão a oportunidade de ouvir as opiniões sobre o assunto dos principais responsáveis pela condução da economia mundial no fim de semana. Os dois participarão da reunião dos ministros da Fazenda do G-8, a partir de sexta-feira, em São Petersburgo, Rússia. O Brasil é convidado, ao lado de China, Índia, Austrália, Nigéria e Coréia do Sul

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O Brasil tem passado pelo ajuste na economia mundial sem ser afetado de forma excessivamente negativa, avalia o secretário. "Isso porque temos fundamentos robustos, que permitem não repetirmos a situação do passado, onde nossa economia era muito mais afetada por causa da nossa vulnerabilidade externa.

A consolidação macroeconômica e as medidas para reduzir a fragilidade externa levaram o Brasil a desempenhar um papel diferente no cenário mundial, disse o secretário. Em 1999, após o abalo das crises da Ásia e da Rússia, o Brasil passou ao epicentro da turbulência financeira mundial e esteve a ponto de transferir a instabilidade para outras economias. "Hoje, o Brasil é reconhecido como um elemento de estabilização.

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Esse reconhecimento do peso do Brasil na economia mundial, avalia Pereira, é uma das razões pelas quais o País vem sendo convidado a participar das reuniões do G-8, o clube dos países mais ricos do mundo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou das reuniões de 2003 e 2005 e irá também este ano. Em 2004, explicou Pereira, o Brasil não foi convidado porque a pauta era centrada em temas da África.