Manaus ? O governo federal planeja investir, neste ano, na Amazônia cerca de R$ 120 milhões em pesquisas científicas e tecnológicas. "Em 2004, esse investimento foi da ordem de R$ 50 milhões. Eles mais que dobraram, o que mostra que a intenção de apoiar a ciência e tecnologia na região está se confirmando", afirmou hoje (2) o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ennio Candotti, em entrevista à Radiobrás.

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"Vamos ver agora se os recursos serão liberados e se serão novamente multiplicados por dois, nos próximos anos", acrescentou Candotti, que está coordenando no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, um encontro de cerca de 50 reitores, pró-reitores e coordenadores de projetos de pesquisa de toda a região. Uma reunião semelhante foi realizada em fevereiro, em Belém.

Até amanhã (4), os cientistas levantarão projetos de pesquisa importantes que estão enfrentando dificuldades para conseguir financiamento. O objetivo é elaborar um dossiê que será entregue, até abril, ao ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.

"A Amazônia é um enorme laboratório natural e um patrimônio para a ciência. Ela deve virar capital ativo, e não ser apenas objeto de admiração e de cuidados", defendeu Candotti. Segundo ele, para isso, é preciso definir as prioridades de investimento e planejar bem a aplicação dos recursos. "O Brasil investiu bilhões na missão que enviará um astronauta brasileiro ao espaço. Dinheiro existe, mas a gente precisa saber buscá-lo".

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Um dos projetos que devem ser incluídos no dossiê que será encaminhado ao Ministério da Ciência e Tecnologia é o da estruturação do Centro de Biotecnologia da Amazônia. "O governo federal já investiu R$ 4,3 milhões em 12 laboratórios que estão em fase de implantação. Dos 100 pesquisadores de alto nível previstos, já temos 78 na instituição", informou a secretária de Ciência e Tecnologia do Amazonas, Marilene Correa. "Há projetos para mais 12 laboratórios e necessidade de mais 200 cientistas qualificados, acrescentou.