São Paulo – O economista-chefe do WestLB, Adauto Lima, afirmou hoje ((17) que a administração Lula é um "governo gastão" e disse que as contas federais precisam de "um choque fiscal". Para Lima, se por um lado a economia mostra recuperação por outro o "lado fiscal dá sinais de piora muito grandes". A gastança do governo, segundo ele, afeta mais os investimentos do que a política monetária, mas Lima admitiu que, em algum momento as despesas poderão se refletir também sobre os juros. "As curvas mais longas podem começar a por um pouco de prêmio", afirmou.
Para o economista, o Brasil vem se preparando para ter taxas de juros bem mais baixas e o cenário atual e as perspectivas são positivas, mas ele não chama isso de crescimento sustentado. "Ainda estamos longe de crescimento sustentado. Estamos mais para o crescimento equilibrado", avaliou.
Copom
Lima defende que o Banco Central mantenha o gradualismo no corte de juros, o que, segundo ele, cria segurança no longo prazo. Ele aposta que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá cortar a Selic novamente em 0,75 ponto porcentual na reunião desta semana – amanhã e quarta-feira. Lima considera que os argumentos não mudaram muito desde a última reunião. "Os argumentos continuam na mesma direção. E as perspectivas de inflação estão melhorando", afirmou.
Segundo ele, houve uma mudança definitiva nas expectativas de inflação para horizontes mais longos. O economista disse que a inflação corrente baixa e a retomada da atividade econômica são fatores que justificam novo corte de juros. Para Lima, uma desaceleração nos cortes só virá no segundo semestre. Na reunião de maio, o corte deverá ser mais uma vez de 0,75 ponto. A expectativa é de que os cortes levem a Selic a 14,5% até o final do ano, mas ele não descarta a possibilidade de a taxa ficar em 14%.