O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que o governo avalia a possibilidade de pagar um abono aos aposentados caso o Congresso não vote a medida provisória que corrige em 5% o valor das aposentadorias do INSS com valor superior a um salário mínimo. "Se o projeto caducar, não poderemos mandar um novo projeto e nem baixar uma Medida Provisória tratando do mesmo tema", disse o ministro.
O abono, segundo Bernardo, seria um complemento ao reajuste de 3 14% garantido aos aposentados por lei. "Acho que com um decreto poderemos pagar o aumento previsto em lei", comentou. O porcentual, de acordo com ele, corresponde ao INPC acumulado em 12 meses até junho.
O governo, conforme o ministro, poderá, no início do próximo ano regulamentar o abono e, com isso, incorporá-lo aos benefícios recebidos pelos aposentados. "Baixando o índice de demagogia na praça, isto poderá ser feito", afirmou.
O ministro lembrou que, com o aumento de 5%, a Previdência Social deverá fechar este ano com um déficit em suas contas da ordem dos R$ 43 bilhões. "Teríamos um déficit muito parecido com o de 2005 mesmo com o aumento de 5%", disse.
Para ele, a estabilidade será resultado das medidas administrativas tomadas pelo Ministério da Previdência Social com o objetivo de aumentar suas receitas e reduzir despesas em programas como o de auxílio-doença, onde havia um grande número de fraudes.
Para Bernardo, a oposição quis apenas criar um constrangimento ao governo com a aprovação da proposta de reajuste de 16,6% dos benefícios previdenciários.