A transposição das águas do Rio São Francisco será realizada durante este governo. Tantas foram as vezes que essa informação foi veiculada – e o projeto permaneceu engavetado, que não há como dissociá-la de um ar de descrença. Dessa vez, contanto, parece que a história vai ser escrita. Há indícios fortes de que o “trem” da transposição vai finalmente iniciar sua viagem em direção aos Estados incluídos no projeto. No caso do Rio Grande do Norte, um diferencial: graças ao Programa Recursos Hídricos o Estado possui uma “estação adequada” para receber o que lhe cabe da transposição.
A primeira indicação de que a transposição vai andar é que o ex-secretário de Recursos Hídricos do Estado, Rômulo Macedo, foi nomeado recentemente coordenador para implantação do projeto. A segunda: uma data foi predefinida para a conclusão da primeira etapa do projeto. A terceira é dada pelo próprio Rômulo Macedo. Segundo ele, o projeto deixou de ser uma intenção somente do Ministério da Integração Social para ser um projeto do Palácio do Planalto. “Antes o projeto era mais dos ministros. Agora, o presidente comprou o projeto”, explica.
Dessa vez, a transposição está sob a sombra do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ? de acordo com Rômulo Macedo ? está decidido a executar a obra. “Eu acho que dessa vez sai”, aposta. Se ganhar, o coordenador terá a oportunidade de ver chegar a um final feliz uma história de 152 anos de espera. E também verá o início de outra na qual boa parte do semi-árido nordestino passará a ter garantias de abastecimento em épocas de seca.
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