O Brasil vai defender que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) empreste mais para o setor privado. Os recursos serviriam parar fazer deslanchar as Parcerias Público-Privadas (PPP) e para aumentar a oferta de recursos para a economia em geral, e não só para projetos em infra-estrutura, como é o foco tradicional do banco.
Outra tese a ser defendida é que o banco seja mais flexível, moldando seus programas conforme as particularidades dos países da região. No caso do Brasil, uma idéia é que o banco faça empréstimos para os municípios em reais e não só em dólares como é hoje. "Há prefeituras que não têm a cultura nem de tomar empréstimos no sistema financeiro brasileiro, que dirá lidar com riscos cambiais", comentou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, José Carlos Rocha Miranda.
Essas são as principais sugestões a serem levadas pelo Brasil à próxima reunião anual do BID, que será realizada em Belo Horizonte a partir entre terça-feira e 5 de abril. Será a primeira presidida pelo colombiano Luis Alberto Moreno, que substituiu o uruguaio Enrique Iglesias após 18 anos à frente da instituição.
Para marcar a mudança no comando do BID, Moreno organizou uma reunião estrelada. Um ponto alto promete ser o debate "O Financiamento da América Latina e o Papel dos Bancos de Desenvolvimento", que durante dois dias reunirá dois ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz e Douglass North, e o "pai" do Consenso de Washington, John Williamson.
A programação do encontro anual será variada. Está programada a participação de 13 ministros brasileiros, discutindo temas que irão da política de inovação das empresas ao futuro da Amazônia.
