O recém-formado governo de unidade nacional palestino é mais moderado do que o anterior, afirmou hoje em Ramallah o ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Karel de Gutch. Num intervalo entre uma reunião com o chanceler palestino, Ziad Abu Amr, e outra com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, De Gutch pediu ao novo governo que assegure a libertação de um soldado israelense capturado em junho do ano passado, pare com a violência e unifique o comando das forças de segurança.
Karel de Gutch faz parte de uma série de representantes ocidentais que visitaram os territórios palestinos nos últimos dias e que deverão ir à região no próximos dias para reatar os laços com a ANP. Assim como a administração anterior, o atual governo palestino tem o grupo radical islâmico Hamas como principal força, mas também é composto por integrantes do Fatah (moderado e rival do Hamas) e políticos independentes.
O Hamas assumiu o governo palestino há cerca de um ano, depois de uma vitória arrasadora nas eleições gerais realizadas em janeiro de 2006 nos territórios palestinos. Logo depois da posse do Hamas, países ocidentais impuseram uma série de sanções políticas e econômicas com o objetivo de forçá-lo de desarmar-se reconhecer o direito de existência de Israel e aceitar os acordos de paz fechados no passado entre o Estado judeu e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
O novo governo, aprovado pelo Parlamento palestino no último sábado, é uma tentativa de obter o fim das sanções ocidentais, mas não atende formalmente às exigências. Israel tem pressionado a comunidade internacional a rejeitar o novo governo palestino. Mas diplomatas europeus e americanos admitiram recentemente que detectaram algumas mudanças de atitude por parte do novo governo que comprometeu-se a respeitar os acordos passados. "Não se pode negar. Há indícios de que o programa de governo segue na direção de atender aos critérios" internacionais, disse De Gutch depois de uma reunião com Abu Amr (independente).
