Brasília – O governo vai oferecer amanhã (18) às centrais sindicais o salário mínimo de R$ 350 pagos a partir de maio e um reajuste de 7% na tabela do Imposto de Renda. Esse é o máximo ao que o governo poderá chegar, segundo o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner. Tudo indica que a reunião de amanhã com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, poderá terminar mais uma vez, em impasse e, mais uma vez, o governo adiar o anúncio do reajuste.

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Uma reunião estava previamente marcada para às 16h com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que deveria ser batido o martelo e o reajuste, anunciado. No entanto, até o final da tarde o Palácio do Planalto não confirmava o encontro, provavelmente por conta do impasse, apesar das centrais estarem contando com a audiência.

As centrais aceitam R$ 350, mas exigem que o reajuste passe a valer a partir de março, em vez de maio, como é feito hoje. Se tiverem que esperar mais dois meses, os sindicalistas exigem que o mínimo chegue a R$ 360. E querem um reajuste na tabela do IR de 10%. Também querem a previsão de que, nos próximos anos o reajuste já aconteça em janeiro.

Wagner descartou a possibilidade de antecipar o reajuste. Diz que o governo teve de fazer um grande esforço orçamentário para chegar a R$ 350 e não há como ir além. "Cada mês que inclui tem uma conta. Houve uma tremenda evolução no orçamento para passar dos R$ 321 iniciais e chegar a R$ 350", afirmou. "Foi uma evolução em torno de 8%, com uma inflação em torno de 4,5%, 5%. É que as pessoas ainda trabalham como se houvesse uma inflação alta, mas é um ganho substantivo", afirmou.

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Na última reunião, o governo já disse que a antecipação para março pode ocorrer apenas se as centrais aceitarem um mínimo de R$ 340. Sobre o reajuste da tabela do IR, Wagner disse que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, é quem está trabalhando nisso. Mas afirmou que não acredita que o governo tenha mais espaço para reajustar também a tabela.

Em uma nota divulgada hoje, a Central Única dos Trabalhadores diz que as centrais não estão dispostas a ceder, pois já foram flexíveis na negociação até agora. A CUT alega que as centrais já deram duas alternativas ao governo e esperam que uma delas seja aceita.

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