Brasília – O Brasil é detentor de uma das maiores reservas de água potável do mundo. Apesar da abundância, há regiões no país que não recebem água tratada nem contam com serviço de esgoto. São os contrastes regionais próprios de países que têm extenso território. Hoje, no fim da tarde, o governo anunciará o Programa Água Doce. O objetivo é levar água para o semi-árido, onde vivem 18 milhões de pessoas.
A situação de desigualdade entre as regiões brasileiras, no qiue se refere à disponibilidade e demanda de água, foi um dos motivos que levou o governo a anunciar medidas que beneficiem o semi-árido, que engloba o norte de Minas Gerais e nove estados do Nordeste.
O Norte, a maior região do país, conta com 7,6% da população. É rica em água, mas pouco ocupada e desenvolvida. O Nordeste, onde vivem mais de 47 milhões de brasileiros, tem a maior parte da região semi-árida do Brasil, com chuvas irregulares, e é a que abriga a parcela mais pobre da população. A maior parte dos brasileiros mora nas regiões Sul-Sudeste, áreas mais industrializadas, de grande produção agrícola e desenvolvimento social. Enquanto o Amazonas detém 68% dos recursos hídricos superficiais em uma área equivalente a 44% do território nacional, ocupada por apenas 4,5% da população, a região do Paraná, por exemplo, abriga 32% e contém apenas 6,4% da disponibilidade de água.
De acordo com o secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, João Bosco Senra, o Programa Água Doce vai trabalhar com o envolvimento da sociedade, articulação institucional, tratamento dos resíduos e desenvolvimento de tecnologias.
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, a maioria da água disponível na região está no subsolo, com elevado teor de sal. O consumo dessa água causa danos à saúde. Nos últimos vinte anos, foram perfurados mais de cem mil poços e cerca de dois mil aparelhos dessalinizadores foram instalados na região, sendo que a maioria desses aparelhos está desativada. O aparelho é responsável pela transformação da água salobra em água potável. Agora, o Ministério do Meio Ambiente pretende instalar novos equipamentos de dessalinização em poços tubulares e recuperar aqueles dessalinizadores que apresentarem condições de reaproveitamento. Os resíduos serão aproveitados na aqüicultura e na irrigação de plantas que absorvam sal em quantidade.
O Programa Água Doce vai beneficiar primeiro as comunidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e que disponham de água com elevado teor de sal. A prioridade é para as comunidades atendidas pelo Fome Zero. De acordo com Senra, após a recuperação dos equipamentos, a meta é o tratamento dos rejeitos dentro da proposta de segurança alimentar em pesquisa feita juntamente com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Governo lança programa para levar água ao semi-árido
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