Governo lança programa florestal para produção de madeira no Paraná

A madeira representa o segundo produto do agronegócio do Paraná. Apesar de área e clima favoráveis à produção florestal, a demanda no Estado não é atendida. Para reverter essa situação, o Governo do Estado lançou nesta segunda-feira (22) em Curitiba o Programa Florestal Produtivo do Estado do Paraná.

O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, disse que com o Programa o Governo do Paraná vai introduzir diferentes cultivos florestais nas pequenas e médias propriedades. Segundo ele, a atividade é um alternativa que garante o equilíbrio e a sustentabilidade do meio ambiente. ?Ao mesmo tempo, o cultivo florestal possibilita a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem na zona rural?, afirmou.

De acordo com as diretrizes defendidas no Programa, a produção florestal pode ser ecologicamente correta, socialmente justa e economicamente viável. Ribas defendeu a implantação de sistemas de produção que considerem, simultaneamente, o ecológico, o social e o econômico. ?E isso pode ser conseguido por meio dos trabalhos desenvolvidos pela Secretaria da Agricultura, junto aos produtores e às indústrias?, disse.

Produção

O Paraná responde por 40% da exportação nacional de madeira plantada e possui o maior pólo moveleiro do País, situado no município de Arapongas. Apesar das condições naturais que favorecem a produção, há um déficit anual de aproximadamente 53 mil hectares de florestas para atender a demanda no Estado.

A produção de madeira é responsável por 7,3% do Valor Bruto da Produção (VBP) do Paraná, que chega a R$ 2,8 bilhões. A atividade gera cerca de 360 mil postos de trabalho na cadeia produtiva. Atualmente, a área florestal plantada no Estado está estimada em 620 mil hectares.

O vice-presidente do sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Álvaro Schafer, destacou a importância do setor produtivo da madeira para a indústria. ?Sempre nos sentimos parte do setor agrícola. Estamos também vinculados à terra. Se o Paraná é uma potência agrícola é porque existe uma política agrícola para tornar esse negócio sustentável?, disse.

Já o secretário especial de representação do Paraná em Brasília, Nivaldo Krueger, elogiou a decisão do Governo do Estado de transferir os projetos sobre madeira da Secretaria do Meio Ambiente para a Secretaria da Agricultura. ?É importante que esses projetos venham para a Agricultura. Como também é importante que se tenha uma divisão de cultivos florestais?, comentou.

Perspectivas

Com o Programa, espera-se que sejam gerados mais empregos nas pequenas e médias indústrias, responsáveis pela maior oferta de trabalho no setor. Ao mesmo tempo, busca-se gerar uma maior renda nas propriedades rurais.

O chefe da Divisão de Cultivos Florestais da Secretaria da Agricultura, Amauri Ferreira Pinto, informou que, para cada cinco hectares de cultivos florestais, são gerados um posto de trabalho no meio rural e três na cidade. ?É importante ressaltar que o custo para gerar um emprego na cadeia produtiva da madeira é de R$ 10 mil, um valor bastante inferior aos verificados em outras atividades?, disse.

Outra expectativa é em relação ao meio ambiente. ?Todo monocultivo apresenta impacto ambiental negativo. Porém, defendemos a implantação de um modelo que podemos definir como um mosaico florestal produtivo na paisagem do Estado. E isso é bem diferente daqueles grandes maciços florestais. Com essa nossa proposta, o impacto ambiental negativo pode ser minimizado?, lembrou.

Amauri Ferreira Pinto ainda destacou outros ganhos que podem ser obtidos com a iniciativa, como a captura de carbono, o reequilíbrio microclimático, um maior controle da erosão e uma menor pressão sobre os remanescentes florestais nativos.

?Além do mais, esse modelo de mosaico florestal produtivo, com florestas conduzidas para múltiplo uso, apresenta um custo bastante inferior e uma rentabilidade expressiva, quando implantado em propriedades da agricultura familiar. O custo fica em torno de R$ 1,7 mil por hectare. Já a taxa interna de retorno é de, em média, 4%?, informou.

Durante a apresentação do Programa, o chefe da Divisão de Cultivos Florestais da Secretaria da Agricultura destacou os diferentes projetos que a iniciativa envolve. Entre eles, estão projetos de geração, transferência e difusão de conhecimentos e tecnologias florestais, de organização das informações para o agronegócio florestal, de promoção de produtores florestais por meio da integração com empresas e através dos mecanismos de associativismo, bem como, de apoio à infraestrutura.

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