O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) já pôs em funcionamento nesta quarta-feira (10) o Alerta Geada 2006, serviço que visa a proteção de lavouras novas (até dois anos de implantação), com previsões diárias de temperatura e do risco de ocorrer geadas capazes de causar danos à cafeicultura. ?São informações importantes, que o Iapar oferece em tempo hábil e de forma muito profissional aos cafeicultores do Estado?, afirmou o secretário da Agricultura e Abastecimento, Newton Pohl Ribas, na solenidade que marcou a ativação do serviço em Londrina.
As previsões do Alerta Geada podem ser acessadas gratuitamente pela internet (www.iapar.br) ou pelo telefone (43) 3391-4500; neste caso, o custo é de uma ligação para aparelho fixo ? local ou interurbano. Sempre que há risco de geada, o serviço emite um aviso para os meios de comunicação e para os técnicos e produtores cadastrados. Esse alerta é feito com 48 horas e confirmado com 24 horas de antecedência. Técnicos e produtores interessados em receber o alerta por e-mail devem se cadastrar pelo endereço alerta_geada@iapar.br
O Alerta Geada opera de maio até o final de agosto e está no décimo segundo ano de funcionamento. Sua realização é resultado de parceria entre Iapar, Instituto Tecnológico Simepar e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), com apoio do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café.
Patrimônio
De acordo com o economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural (Deral), existem 107 mil hectares plantados com café no Paraná. Desse total, 3,7 mil hectares são lavouras novas, com até dois anos de implantação, que o Alerta Geada visa proteger. ?Trata-se de um patrimônio estimado em R$ 23 milhões?, esclarece Franzini.
A produção familiar é predominante: das 13 mil propriedades que se dedicam à cafeicultura, 80% têm menos de 50 hectares. Neste ano, o Estado deve colher 2,23 milhões de sacas beneficiadas.
Recomendações
Para plantios de café com até seis meses de idade, a pesquisa recomenda o enterrio puro e simples das plantas. As mudas devem ficar cobertas por, no máximo, 20 dias. Nas lavouras maiores ? plantas entre seis e 24 meses ? a indicação é o ?chegamento? de terra no tronco. Essa prática deve ser feita agora, em maio, e seu objetivo é proteger as gemas para facilitar a rebrota no caso de geada severa. A terra deve ser retirada no final de agosto, para evitar danos por ?afogamento do caule? (lesões causadas por altas temperaturas). Viveiros devem ser protegidos com cobertura vegetal ou de plástico.
Leite em Andirá
Ainda no evento de lançamento do Alerta Geada 2006, o secretário Newton Pohl Ribas também repassou para a Associação dos Produtores de Leite de Andirá a primeira parcela de R$ 23,3 mil de um total de R$ 85 mil, do convênio firmado entre associação e Governo do Paraná, para dar início à construção de uma minusina de leite no município.
?Estamos há quatro anos pleiteando esses recursos, inclusive criamos a associação para organizar a produção leiteira de 18 produtores familiares de leite, tirando-os da informalidade e legalizado a atividade?, assegura Oswaldo Martins Tosta, presidente da entidade, demonstrando estar confiante na conclusão e entrada de operação da usina em 120 dias.
?A miniusina de leite de Andirá vai preencher uma lacuna importante do setor no município, que via a produção crescer sem destinação certa para beneficiar os produtores locais?, atesta Carlos Roberto Moreira, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Cornélio Procópio, lembrando que a meta futura é integrar o fornecimento futuro no Programa Estadual Leite das Crianças.
O projeto deste laticínio foi desenvolvido pela Emater, lembra Manuel Pessoa de Lira, gerente regional da instituição, afirmando que a miniusina será credenciada pelo Serviço de Inspeção do Paraná, dando direito de comercialização da produção no Estado. Terá capacidade de pasteurização e embalagem de 30 mil litros mês, com a obra na sede do município, aguardando apenas a liberação do terreno pela Prefeitura Municipal.