Apesar de possuir a infra-estrutura necessária, somente 1/3 das equipes do Programa Saúde da Família e 30% das unidades básicas de saúde no Brasil fazem o diagnóstico e tratamento da hanseníase. A informação é do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Jarbas Barbosa. Ele participou na manhã de hoje (21) em Brasília do lançamento de uma cartilha para auxiliar as secretarias de saúde estaduais a diagnosticar e tratar a hanseníase.

As Cartas da Eliminação da Hanseníase contêm informações resumidas sobre o quadro epidemiológico da doença e um mapa que mostra a prevalência da hanseníase nas microrregiões dos estados. Até o final de 2005, outras três edições das Cartas serão enviadas aos gestores.

O ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou que as cartas serão úteis para que os gestores desenvolvam estratégias para combater a doença e para as pessoas saberem onde podem ser atendidas. A cada três meses será divulgado os novos casos diagnosticados, as pessoas que foram curadas e o número de municípios que têm condições de fazer o diagnóstico e tratamento da doença.

?As Cartas vão fornecer informações importantes para que os secretários estaduais e municipais tomem decisões que permitam enfrentar a doença. Também vão permitir que a própria população acompanhe o processo de andamento da nossa luta pela eliminação da hanseníase?, disse Costa.

Dados do ministério da Saúde informam que mais de 60% dos municípios brasileiros têm casos de hanseníase. Em 2003 foram registrados cerca de 80 mil, dos quais cerca de 50 mil foram casos novos. Para o secretário de Vigilância em Saúde do MS, Jarbas Barbosa, se o problema da infra-estrutura for resolvido será possível alcançar a meta do governo de eliminar a doença como problema de saúde pública até o final de 2005.

?Se nós conseguirmos expandir rapidamente essa capacidade já instalada, conseguiremos aproximar o diagnóstico e tratamento das pessoas que precisam e acabar com a transmissão dentro da família e da comunidade?, informou o secretário.

Atualmente, o Brasil apresenta taxa de prevalência de 4,5 pacientes para cada 10 mil habitantes. Nas regiões brasileiras, as prevalências são de 11,44 no Norte, 8,75 no Centro-Oeste, 6,73 no Nordeste, 2,40 no Sudeste e de 0,79 no Sul do país. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença só pode ser considerada eliminada quando a prevalência for de menos de um caso entre 10 mil pessoas.

A hanseníase tem cura se for descoberta precocemente e tratada. Qualquer mancha clara e com perda de sensibilidade na pele deve ser considerada suspeita. Nesse caso, é preciso procurar o serviço de saúde para fazer o diagnóstico. O tratamento é gratuito.
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