O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento investiu neste ano R$ 1,5 milhão na Campanha Nacional de Conscientização contra a Ferrugem da Soja, para informar produtores e treinar pesquisadores sobre a forma correta de combater a doença nas principais regiões produtoras do País. Ao todo, 68 pesquisadores participaram do programa, multiplicando as informações para outros mil técnicos em todo o País.
O coordenador de Proteção de Plantas da Secretaria de Defesa Agropecuária, José Geraldo Baldini, diz que os efeitos do programa puderam ser dimensionados nesta safra. "Em Barreiras, no interior da Bahia, por exemplo, os produtores seguiram as instruções apontadas pelas pesquisas e, neste ano, a praga não foi detectada em locais onde havia se manifestado em 2003.".
O governo federal fez outra importante ação de combate à ferrugem da soja neste ano, que foi a criação do Consórcio Anti-Ferrugem. "O consórcio consiste em incentivar a pesquisa e trocar informações sobre a ferrugem", explica. Segundo ele, foram investidos US$ 7 milhões pelo Ministério da Agricultura e a iniciativa privada na criação e manutenção do consórcio.
Segundo o coordenador, hoje o produtor têm melhores condições para combater a ferrugem da soja."Quando a praga se instalou no país não tínhamos nenhum defensivo registrado para seu controle. Hoje, já temos 19 produtos registrados pelo ministério. Também acumulamos muita informação sobre a doença, que compartilhamos com o Mercosul. Até técnicos dos EUA vieram ver o que estávamos fazendo para controlar a ferrugem", relata.
Na safra 2002/2003, a ferrugem da soja deu um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão ao país. Na colheita passada, as perdas dobraram. Na atual safra, ainda não foram calculados os eventuais impactos financeiros provocados pela praga. Entretanto técnicos e produtores dão como certa a perda de lucratividade devido ao aumento dos custos de produção, por conta do uso intensivo de defensivos específicos para combater a doença.
Baldini afirma que em 2005 os programas devem ganhar uma ajuda extra do Fundo Setorial do Agronegócio (CT-Agro). O secretário de Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Rodrigo Rollemberg, já anunciou um reforço financeiro ao combate da ferrugem. O comitê gestor do CT-Agro, presidido por Rollemberg, deve destinar parte de seu orçamento de R$ 31 milhões para ações de combate à doença.
Os recursos do CT-Agro têm origem em 17,5% da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), cuja arrecadação vem da incidência de alíquota de 10% sobre a remessa de recursos ao exterior para pagamento de assistência técnica, royalties, serviços técnicos especializados ou profissionais.