O ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Almir Pazzianotto criticou a "frouxidão total" do governo em relação ao movimento dos controladores de vôo. Segundo Pazzianotto, o acordo negociado para que os controladores voltassem ao trabalho no sábado foi "uma bofetada na Constituição".
"Os militares não podem fazer greve e nem se organizar sindicalmente, portanto a única coisa correta a ser feita naquele momento seria enquadrar os amotinados dentro da disciplina militar", afirma o ex-ministro do Trabalho. Ele lembra que nem a Justiça do Trabalho e nem o Ministério Público do Trabalho cogitaram intervir na greve justamente porque os controladores são militares.
"O governo falhou ao permitir que a Constituição fosse violada e agora corre o risco de se desmoralizar perante as Forças Armadas", afirma Pazzianotto, que foi advogado do Sindicato dos Metalúrgicos nos tempos em que o presidente Lula era sindicalista. "O presidente acha que ainda está no sindicato", reclama o ex-ministro, lembrando que a quebra da hierarquia militar já causou grandes transtornos na vida política do País em 1964 (deposição de João Goulart) e em 1935 (intentona comunista).