O governo federal deverá criar uma medida provisória para ajudar a Fundação Zerbini, mantenedora do Instituto do Coração (Incor) que hoje acumula uma dívida de R$ 250 milhões. Lula poderá editar a medida caso o ministro da Fazenda Guido Mantega não consiga um agente financeiro (fiador) para um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – a diretoria do Incor tenta conseguir R$ 120 milhões do BNDES para tomar medidas urgentes no hospital, como honrar salários e pagar fornecedores e também renegociar a dívida com bancos privados.
A MP permitiria a viabilização de empréstimos sem o fiador. Hoje deve ocorrer reunião entre Mantega, e o governador Cláudio Lembo, para discutir a medida.
Na sexta-feira, metade dos 68 funcionários da Fundação Zerbini foi demitida. Por enquanto, não se fala em demissões no Incor, que tem 3 mil empregados. Mas, sim, em corte de gastos em torno de 15%.
De acordo com o diretor executivo do Incor, David Uip, o Sistema Único de Saúde cobre apenas 20% do que o hospital gasta com alta complexidade. "Para a implantação de um marca-passo, por exemplo o SUS paga R$ 35,26 por dia de internação. Gastamos cinco vezes mais", calcula Uip.
Hoje, o maior credor da Zerbini é o BNDES (R$ 115 milhões). Depois, vêm os bancos (R$ 78 milhões) e fornecedores (R$ 51 milhões).