O governador Roberto Requião assinou um decreto que desapropria uma área de 294 mil metros quadrados próxima ao Porto de Paranaguá. A área será utilizada este ano como mais um pátio de triagem para receber os caminhões que transportam a safra. "Assinei esse decreto em defesa do povo e do Porto de Paranaguá", ressaltou o governador.

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"O Estado toma essa iniciativa para garantir os direitos do povo do Paraná, que estava sendo esbulhado por uma manobra para favorecer as multinacionais", denunciou Requião. "Que fique bem claro: atentaram contra os interesses do povo, do porto e do Estado. E esse atentado não vai triunfar".

O decreto de desapropriação para fins de utilidade pública, explicou o governador, foi assinado depois da identificação de uma manobra da América Latina Logística (ALL), da Bunge Alimentos e da prefeitura de Paranaguá para barrar projetos de infra-estrutura do governo do Estado no porto.

"A área, extremamente importante para a complementação logística do porto, passou de repente a ser ocupada por um construção tocada por uma velocidade inaudita pela Bunge, uma famosa cerealista internacional", afirmou Requião.

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O terreno, relatou ainda, era da Rede Ferroviária Federal. "A Rede não tinha autorizado a construção porque o Estado estava comprando o imóvel. Quando a compra estava praticamente realizada, faltando só dados cartoriais e cartográficos, a prefeitura de Paranaguá intervém no processo e, de repente, depois de a Rede ter deixado claro que não tinha dado licença para a construção, a autorização é dada para a Bunge pela ALL, essa empresa que privatizou o sistema ferroviário".

"A ALL, que não tinha nem a posse nem a propriedade da área, tentou voltar atrás, tirar do porto e ceder para a Bunge o espaço fundamental para o funcionamento do Porto de Paranaguá", denunciou ainda o governador. "É isso que a gente enfrenta todo dia no Paraná e no Brasil".

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O governador relatou ainda que o grupo se reuniu na prefeitura, sem a presença do governo do Estado e sem comunicar à Procuradoria ou ao Porto. "Logo depois, vem uma informação de que a Rede queria manter o protocolo original, só que não queria mais vender a área toda, mas apenas a metade. Queria dar para a Bunge Borg a outra metade".

Pagamento

"O Estado do Paraná não é brinquedo, o Brasil não é brinquedo e aqui tem governo", ressaltou o governador. "Eu assinei o decreto de utilidade pública para fins de desapropriação e vou pagar a área pelo preço avençado, pelo preço concordado entre a Rede e o Porto de Paranaguá."

O governador também fez um apelo para as autoridades federais: "Qjue enquadrem o liquidante, acabem com a corrupção e a patifaria. Afinal de contas, esse Brasil tem um dono e o dono é o povo brasileiro, não são as multinacionais e a defesa despudorada e corrupta dos seus interesses".

Requião também determinou à Secretaria da Fazenda que, rapidamente, em cima da avaliação feita pelo Porto e pela Rede, sobre a qual havia absoluta concordância, que seja depositado o dinheiro e se emita imediatamente ao Porto de Paranaguá, autarquia do governo do Paraná, a posse da área.