Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, teria avaliado hoje (11) que a valorização do real frente ao dólar já chegou ao "fundo do poço" e que os sinais indicam um movimento de revalorização da moeda norte-americana, segundo relato feito pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello. Segundo Mello, que se reuniu com Mantega no Ministério da Fazenda, o ministro disse que as negociações na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) apontam para a interrupção da queda do dólar.
"Ele (Mantega) disse que tem a sensação de que deveremos ser otimistas em relação ao câmbio. O fundo do poço já foi alcançado e já há sinais que indicam que certamente alguma revalorização do dólar deverá ocorrer", disse Mello.
O dirigente da Abimaq afirmou que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, também fez a mesma avaliação. "Um maior volume de importação já está ocorrendo e já não há tanta gente vendendo dólar futuro" disse o presidente da entidade. Mantega teria dito ainda, de acordo com o relato de Mello, que "certamente" a cotação mais justa do dólar deveria ser maior que a atual. "O ministro atribuiu a uma inércia o dólar ter ido ao fundo do poço e (avaliou) que agora começa a retroceder", disse.
Mantega, segundo Mello, não fez previsões sobre o nível que considera justo para a taxa de câmbio, mas reafirmou a política de câmbio flutuante sem intervenções do governo. "O ministro disse que o câmbio é livre e que não há como intervir no mercado e que esse é um dos postulados irredutíveis da política econômica", disse Mello.
O empresário reclamou que o câmbio valorizado tem prejudicado as decisões de investimentos pelas dificuldades de previsão de lucratividade. "Os grandes projetos industriais foram estudados na época em que o câmbio estava a R$ 3", disse.